Anatel autoriza Amazon a explorar serviços de satélite no Brasil

A Amazon vai poder explorar comercialmente o sistema de órbita baixa no Brasil com seu serviço de satélite Kuiper. O conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou nesta quinta-feira (4) o pedido de autorização para utilizar as radiofrequências de 17,7 a 18,6 GHz e 18,8 a 20,2 GHz (enlaces de descida) e 27,5 a 30 GHz (enlace de subida), correspondentes à banda Ka.

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“Estamos vendo uma corrida, por parte de poucas empresas e países, que aceleram para chegar primeiro e ocupar o recurso, possivelmente impedindo futuros usos por outros interessados”, destaca o relator do processo, conselheiro Emmanoel Campelo, segundo o TeleSíntese.

O sistema não geoestacionário Kuiper tem 98 planos orbitais e previsão de lançar ao espaço 3.236 satélites. A Amazon deverá pagar R$ 102,67 mil pela outorga e tem dois anos para entrar em operação no país, caso contrário, sua licença será revogada. O direto concedido à Amazon dura cinco anos, contados a partir da publicação do Extrato do Ato de Autorização no Diário Oficial da União, com possível renovação.

Contudo, a gigante varejista não terá prioridade na proteção da faixa de frequência acessada. Os sistemas geoestacionários StarOne D1, StarOne D2, Eutelsat 65WA, Eutelsat 3B, Amazonas 3, Amazonas 5, Al Yah 3, Jupiter 3, Viasat-3 79ºO, Viasat-3 89ºO têm preferência e não podem ser afetados pelo serviço da rede Kuiper. Além disso, a Oneweb, O3B e a Starlink também têm pedidos para uso de constelações não geoestacionárias, portanto, elas têm prioridade na fila de coordenação da Anatel.

Como a Amazon fechou parceria com a Arianespace, a Blue Origin e a United Lauch Alliance (ULA) para lançar cerca de 3 mil satélites em um intervalo de cinco anos a partir de 2023, é bem possível que vejamos em breve mais uma concorrente para a internet espacial Starlink de Elon Musk aqui no Brasil.