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A relação entre Blockchain e a cultura de dados

Por| 19 de Novembro de 2017 às 11h05

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A relação entre Blockchain e a cultura de dados
A relação entre Blockchain e a cultura de dados

Por Leonardo Dias*

A combinação de dados e inteligência artificial (IA) está provocando a disrupção dos mais variados setores da indústria. Empresas inovam ao adotar tecnologias capazes de auxiliar na tomada de decisões assertivas em relação aos seus consumidores. Por já estar inserida nas decisões rotineiras de companhias de alta performance, a análise de dados transformou-se em cultura. Com isso, os gestores tendem a deixar de se basear apenas em suas opiniões e suposições para tomar decisões baseadas em números, diminuindo a margem de erro e atuando de maneira mais estratégica.

Enquanto as informações coletadas serviam exclusivamente para serem processadas e armazenadas como referência, a necessidade de sua constante presença e análise era muito menor. A partir do momento que algoritmos passaram a ser capazes de se reprocessarem de acordo com a variação dos dados, as empresas começaram a valorizar essas informações e todas as oportunidades que carregam.

O mesmo ocorre em relação as Blockchains – sistema de registros que garante a segurança das operações realizadas por criptomoedas, como as Bitcoins. Elas são formadas por blocos que, apesar de não serem muito grandes, transacionam cada vez mais, o que aumenta o volume trafegado. Com a utilização das Blockchains por bancos e outras instituições financeiras, existe uma demanda maior de ferramentas de análise dessas redes. Como o volume pode ser enorme, utilizar as mesmas tecnologias de Big Data permitem o processamento de algoritmos capazes de detectar padrões e anomalias, além de apontar como ocorrem essas transações eletrônicas.

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Como as redes das Blockchains são abertas, é possível analisar as informações trafegadas. Tal verificação é fundamental na auditoria e rastreio das transações financeiras realizadas dessa forma, possibilitando a investigação de crimes realizados com cibermoedas, usadas com a finalidade de ocultar os pagamentos e recebimentos. Além disso, toda a navegação dos dados pode ser feita por meio de ferramentas de Big Data, o que possibilita identificar como são realizadas e quais os principais pontos de origem e destino. E assim prever potenciais transações fraudulentas ou atividades criminosas.

A tendência é que nos próximos anos a economia mude. Não por causa das blockchains, mas por conta do crescente uso de criptomoedas, que estão criando um novo modelo econômico para as pessoas que não confiam nas instituições tradicionais para a administração de suas finanças. Os bancos do futuro deverão ser capazes de prestar serviços com essas moedas emergentes e serem competitivos o bastante para não perderem seus clientes para startups que realizem gestões de carteiras eletrônicas. Para sobreviver, as organizações bancárias precisarão se reinventar e se adaptar. As mudanças atuais são apenas o começo de toda uma revolução financeira.

*Leonardo Dias é CDO e co-fundador da Semantix, empresa especializada em Big Data, Inteligência Artificial, Internet das Coisas e Análise de dados.