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'Não espere privacidade do seu GMail', afirma arquivo do Google

Por| 14 de Agosto de 2013 às 17h15

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'Não espere privacidade do seu GMail', afirma arquivo do Google
'Não espere privacidade do seu GMail', afirma arquivo do Google
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Como se os documentos revelados recentemente por Edward Snowden sobre o programa de espionagem PRISM do governo dos Estados Unidos não fossem o suficiente para destacar o quanto as comunicações eletrônicas são vulneráveis, um documento do Google revelado nesta semana afirma que os usuários do Gmail não devem esperar que suas mensagens sejam mantidas privadas, como informa reportagem do CNET.

O documento, com 39 páginas, foi apresentado neste ano pelos advogados da empresa durante audiências de processos judiciais sobre privacidade que estão sendo conduzidos no Vale do Silício, Califórnia.

"Assim como um remetente que envia uma carta para um colega de trabalho não pode se surpreender se o assistente desse colega abrir a carta, as pessoas que usam e-mail baseado na web hoje em dia não podem se surpreender se seus e-mails são processados pelo [provedor de e-mail] do destinatário durante o curso de entrega. De fato, 'uma pessoa não deve ter a expectativa legítima na privacidade da informação que ela voluntariamente entrega a terceiros'", afirmou a empresa.

Os demandantes dos processos alegam que a digitalização automática do Google de e-mails representa uma intercepção de sua comunicação eletrônica sem consentimento. O Google, por sua vez, afirma que utiliza a digitalização para filtrar spams e oferecer publicidade segmentada para seus usuários, e afirmou ainda que os usuários de seus serviços devem saber disso e consentir a prática assim que aceitam ser clientes da empresa.

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O grupo de interesse público Consumer Watchdog chamou a declaração da empresa de "admissão impressionante" e alertou as pessoas que se preocupam com sua privacidade a não usar o serviço de e-mail do Google. "O exemplo usado pelo Google em seu texto fazendo uma analogia entre o envio de e-mails e de cartas pelo serviço de postagem é equivocado", afirmou em nota John M. Simpson, diretor do projeto de privacidade do Consumer Watchdog. "Eu espero que o serviço de postagem entregue a minha carta com base no endereço escrito no envelope. Eu não espero que o carteiro vá abrir minha carta e lê-la. Da mesma forma, quando eu envio um e-mail, espero que ele possa ser entregue ao destinatário com uma conta no Gmail baseado no seu endereço de e-mail; por que eu iria esperar que o conteúdo fosse interceptado pelo Google e lido?"

Em 2004, logo após o lançamento do Gmail, o serviço foi criticado por legisladores e defensores da privacidade como uma invasão terrível à privacidade dos usuários na internet. Os críticos afirmaram que deveria ser ilegal uma empresa digitalizar o conteúdo dos e-mails de seus clientes e exibir anúncios revelantes. Em um comunicado anterior enviado ao CNET, o Google afirmou que "nós trabalhamos duro para ter certeza de que os anúncios são seguros, discretos e relevantes. Nenhum ser humano lê seu e-mail ou informações da sua conta Google com o objetivo de te mostrar anúncios ou informações relacionadas".