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7 em cada 10 alunos do Ensino Médio já usam IA generativa em pesquisas no Brasil

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Pexels/Mikhail Nilov
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A 15ª edição da pesquisa TIC Educação, divulgada nesta terça-feira (16) pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br)  e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), revela que 70% dos estudantes do Ensino Médio que acessam a Internet já utilizam ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, como ChatGPT, Copilot e Gemini, em suas pesquisas escolares. Apesar da ampla adoção, apenas 32% desses alunos afirmam ter recebido orientação pedagógica sobre como usar essas tecnologias.

“O uso da IA generativa já é uma realidade para mais de dois terços dos alunos do Ensino Médio, mas ainda carece de mediação pedagógica estruturada para o uso crítico”, destacou Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. Já Renata Mielli, coordenadora do CGI.br, alertou para riscos de viés nas respostas: “Sem mediação adequada, isso pode interferir substancialmente na formação de toda uma geração”.

O levantamento, realizado entre agosto de 2024 e março de 2025 em 1.023 escolas públicas e privadas de todo o Brasil, também identificou crescimento no uso de IA entre os anos finais do Ensino Fundamental (39%) e nos anos iniciais (15%). Considerando todas as etapas, a proporção de estudantes que já recorrem a ferramentas de IA chega a 37%. No entanto, somente 19% receberam instrução formal de professores sobre seu uso adequado.

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Apesar do avanço da IA, os sites de busca ainda lideram como recurso mais usado pelos estudantes (74%), seguidos de perto por canais e aplicativos de vídeo (72%), que já rivalizam como ferramentas de pesquisa escolar.

O estudo mostra que 54% dos professores participaram de cursos sobre tecnologias digitais no último ano, mas apenas 59% receberam capacitação específica em IA aplicada à educação. O cenário é mais desafiador nas redes municipais: a adesão caiu de 62% em 2021 para 43% em 2024.

Mesmo com 96% das escolas conectadas à Internet, persistem desigualdades de acesso. Apenas 27% dos alunos da rede municipal utilizam a Internet da escola para atividades solicitadas por professores, contra 67% nas estaduais. Embora 75% das escolas municipais tenham ao menos um espaço com conexão, só 47% oferecem dispositivos digitais para os estudantes.

Celulares sob nova regulação

A pesquisa também reflete os efeitos da Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares em sala de aula. O percentual de alunos que usam celulares pessoais para acessar a Internet durante as aulas caiu de 55% em 2022 para 45% em 2024. Já a proibição formal passou de 28% das escolas em 2023 para 39% em 2024.

Segundo Daniela Costa, coordenadora da pesquisa, os dados mostram um período de adaptação. “As escolas estão no centro do debate sobre o impacto do uso de telas e dispositivos digitais na preservação dos direitos e no desenvolvimento cognitivo e psicossocial de crianças e adolescentes."

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