4 maneiras de preparar suas habilidades para o mercado de IA
Por Claudio Yuge |

A escassez de profissionais qualificados está se tornando um dos maiores obstáculos para empresas que buscam crescer na era digital. Segundo a pesquisa Global Skills Intelligence Survey, da Skillsoft, apenas 10% dos profissionais de RH e desenvolvimento organizacional acreditam que suas equipes tenham as competências necessárias para atingir os objetivos de negócios nos próximos dois anos.
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O estudo, realizado com mais de 1 mil profissionais de todo o mundo, mostra que a falta de qualificação já impacta diretamente as operações: 28% dizem que as lacunas de habilidades limitam a expansão para novos mercados, enquanto 37% temem perder talentos para concorrentes que oferecem mais oportunidades de desenvolvimento.
“As competências que vamos precisar em 2030 estão apenas começando a surgir agora. Se o aprendizado contínuo não fizer parte da estratégia central do negócio, as empresas vão se tornar menos competitivas na retenção de talentos e na entrega de resultados”, afirma Orla Daly, CIO da Skillsoft.
A executiva destaca que a Inteligência Artificial (IA) é peça-chave para acelerar o aprendizado e mensurar resultados — mas alerta que muitas organizações ainda não conseguem integrar a tecnologia de forma eficiente em seus fluxos de trabalho.
Quatro formas de enfrentar a crise de qualificação
Com base na pesquisa, a Skillsoft aponta quatro frentes prioritárias para que empresas possam preparar sua força de trabalho para os próximos anos:
1. Foque em habilidades, não em cargos
Títulos inflados mascaram lacunas reais. Quase 91% dos gestores de RH acreditam que funcionários superestimam suas competências, principalmente em liderança, IA e áreas técnicas. Mais de um quarto dos entrevistados cita a falta de expertise em IA como crítica.
Recomendação: medir habilidades reais com testes, benchmarks e aplicações práticas.
2. Meça o progresso de forma contínua
Avaliar habilidades apenas uma vez por ano não é suficiente. Apenas 18% dos líderes de RH fazem medições regulares ao longo do desenvolvimento dos colaboradores.
Daly sugere colocar o aprendizado como parte central da cultura da empresa e usar IA para acompanhar resultados reais, como pilotos de projetos e provas de conceito.
3. Use a IA como habilitadora, não muleta
Boa parte dos projetos de IA tem foco apenas em produtividade. Para Daly, o verdadeiro diferencial está em reimaginar modelos de negócio e criar novos fluxos de valor.
A recomendação é permitir que funcionários experimentem com IA ajuda a desenvolver competências que podem gerar vantagem competitiva de longo prazo.
4. Conecte aprendizado aos objetivos de negócio
Apenas 20% dos líderes de RH acreditam que seus programas de treinamento estão alinhados às metas da organização.
O segredo é ligar o aprendizado diretamente ao trabalho prático e aos problemas reais da empresa, usando IA para criar soluções aplicáveis no dia a dia.
O risco de não agir agora
Estudos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) citados pela pesquisa mostram que 95% das empresas que tentam adotar IA não conseguem mensurar resultados concretos. Para Daly, isso ocorre porque os investimentos em tecnologia superam os esforços em treinar pessoas para aproveitá-la.
“Temos todas as ferramentas, mas se quem usa a IA não sabe como tirar vantagem delas, o retorno nunca virá”, reforça a executiva.
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