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Nervosismo extremo em seu gato pode ser sinal de doença ainda pouco explicada

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Unsplash/Anton Acosta
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Um estudo conduzido por cientistas do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Montreal, no Canadá, aponta que a ansiedade desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da cistite idiopática felina (CIF). Os resultados foram divulgados no periódico científico Science Direct.

A doença — cuja causa ainda é desconhecida — trata-se de uma inflamação aguda na bexiga dos gatos, causando dor ao urinar e, em casos mais graves, presença de sangue na urina. Um dos aspectos mais preocupantes da CIF é sua alta taxa de recorrência, com cerca de metade dos gatos apresentando episódios repetidos.

“Alguns gatos acabam sendo sacrificados por causa disso. A doença em si não é fatal, mas o custo de tratamentos de emergência repetidos pode ser muito alto para algumas famílias”, destacou Marion Desmarchelier, especialista em comportamento veterinário e docente da Universidade de Montreal, em comunicado.

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Relação entre pandemia e estudo

A mudança no comportamento humano durante a pandemia foi o ponto de partida para a realização do estudo. Isso porque os gatos, acostumados a longos períodos de tranquilidade em casa, passaram a conviver com humanos durante quase todo o tempo — uma mudança que pode ter causado estresse significativo. Diante disso, os pesquisadores se propuseram a investigar como o estresse afeta a saúde dos felinos.

Eles analisaram 33 gatos diagnosticados com cistite idiopática. Os tutores preencheram um questionário sobre o comportamento dos animais, com perguntas relacionadas a medos incomuns, episódios de agressividade com humanos ou outros animais, e detalhes sobre alimentação e ambiente doméstico.

Os gatos foram então divididos em dois grupos: aqueles que tiveram apenas um episódio de CIF e aqueles com dois ou mais episódios. A partir dessa divisão, os pesquisadores investigaram possíveis diferenças comportamentais.

Ansiedade e recorrência

Os resultados revelaram que 94% dos gatos com recorrência da doença apresentavam medo acentuado de estranhos. Entre os que tiveram apenas um episódio, esse número foi de 59%. Os especialistas interpretam essa resposta de medo como um possível indicativo de ansiedade latente.

“Inicialmente, pensamos que gatos ansiosos e agressivos seriam mais propensos à cistite recorrente, mas, na verdade, são os medrosos e retraídos que parecem correr maior risco”, pontuou Desmarchelier.

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A equipe de cientistas defende uma abordagem mais abrangente para o tratamento da CIF. Isso inclui não apenas o controle da inflamação na bexiga com medicamentos, mas também estratégias voltadas à saúde mental dos gatos.

Com base nas conclusões do estudo, os especialistas recomendam medidas para reduzir o estresse dos felinos em casa, como aumentar o número de fontes de água, oferecer áreas de descanso em locais elevados, garantir acesso seguro ao ar livre e disponibilizar brinquedos variados.

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Fonte: Universidade de Montreal