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Gelo marinho está perdendo seu poder de resfriamento do planeta

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA’s Earth Observatory
NASA’s Earth Observatory

Não é segredo que as mudanças climáticas aceleram o declínio das geleiras nos pólos, incluindo a “geleira do juízo final”. Agora, uma equipe internacional de pesquisa descobriu que a elevação das temperaturas está contribuindo para reduzir o poder de resfriamento do gelo marinho, devido à perda da capacidade reflexiva, em ritmo acelerado.

Por ser frio, a própria existência dos enormes blocos de gelo marinho e da neve ajudam a resfriar o planeta, mas o poder de resfriamento vai muito além, como destacam os cientistas da Universidade de Michigan (EUA) e do Instituto Meteorológico Finlandês. Afinal, essa cobertura congelante tem alto poder reflexivo por causa da cor branca, conhecido como efeito albedo. 

Então, os raios solares chegam, mas são refletidos de volta para o espaço. Sem essa camada de gelo, a radiação é absorvida pelos oceanos, o que contribui para aumentar o aquecimento. Todo esse mecanismo precisa ser considerado nas previsões climáticas, mas a perda do poder reflexivo não era algo tão estabelecido.

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"O gelo marinho global, portanto, perdeu de 13% a 15% de seu efeito de resfriamento planetário desde o início/meados da década de 1980", afirmam os pesquisadores em artigo publicado na revista Geophysical Research Letters. No estudo, foram avaliadas medições de satélite feitas nos últimos 43 anos.

Gelo do Ártico e da Antártida

A equipe de pesquisa descobriu que a redução percentual no poder de resfriamento do gelo é aproximadamente duas vezes maior que a redução na área média anual de gelo tanto no Ártico quanto na Antártida. A diferença se deve a perda da capacidade reflexiva, ocasionada por diferentes motivos.

Outro ponto é que a situação afeta igualmente os dois extremos do globo, mas nem sempre foi assim. O Ártico sofre com esse declínio desde os anos 1980, mas a situação só começou a piorar na Antártida a partir de 2010.

Menor capacidade reflexiva

Para explicar o motivo do gelo marinho restante ser menos reflexivo, a principal hipótese, que ainda deve ser melhor avaliada, é de que a elevação das temperaturas e o aumento das chuvas formem um tipo de gelo mais fino e que derrete mais facilmente. Em paralelo, todo o cenário contribui para a formação de lagos de derretimento nas geleiras, com menor capacidade de reflexão.

Agora, a equipe planeja monitorar, de forma mais ativa, as oscilações e a perda da capacidade do gelo marinho em refletir a luz solar e a radiação de volta para o espaço.

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Fonte: Geophysical Research Letters, Universidade de Michigan