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Energias renováveis serão “praticamente gratuitas” até 2030

Por| 14 de Agosto de 2018 às 10h30

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Ainda que o petróleo seja, hoje, o rei da produção energética mundial, essa é uma tendência que não deve se manter nas próximas décadas. Pelo menos essa é a opinião de analistas do banco de investimento suíço UBS, que apontam que os custos decrescentes de implantação e emprego de estruturas alternativas de produção de energia, bem como o aumento no volume de adoção das mesmas nas casas das pessoas, devem tornar a energia renovável “praticamente gratuita” até 2030.

Os analistas defenderam sua posição em entrevista ao Financial Times: “em 2010, usar a energia solar para ferver uma panela de água quente lhe custaria £ 0,03. Em 2020, segundo nossas estimativas analíticas, o custo disso deverá ser ainda menor. Em 2030, o valor se tornará tão irrisório que será praticamente de graça”.

Claro, a análise feita pelos executivos do UBS considera o mercado europeu, onde, especialmente Inglaterra e Alemanha, há uma notável expansão na implantação de estruturas eólicas e solares. Também foi considerado o solo americano, onde diversas empresas, que antes ofereciam produtos energéticos a base de carvão e petróleo, migraram ou aliaram estas mesmas ofertas a fontes renováveis, bem como novas companhias que atuam exclusivamente com energia solar, como a Tesla Energy, o braço da empresa de Elon Musk que oferece baterias solares para as casas americanas.

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No Brasil, o cenário até aponta para o crescimento do setor, mas há alguns obstáculos: até 2030, segundo estimativa do Ministério de Minas e Energia, a demanda por eletricidade deve crescer em 200% - e a região Nordeste pode ser a mais capacitada para atender a esse crescimento com produção de energia eólica e solar. Contudo, há necessidade de investimento, pesquisa e saúde financeira na implantação dessa estrutura.

No quadro nacional, segundo entrevista da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) à Folha de São Paulo em março deste ano, a estimativa é que, até 2020, a energia proveniente dos ventos nordestinos corresponda a 12% da matriz de produção nacional. A mesma entrevista aponta que, na região, a energia eólica já foi responsável por 60% do consumo local, tendo mais vantagem em relação à produção solar por ter entrado na matriz energética brasileira mais cedo (2009).

No âmbito solar, há dificuldades tarifárias a serem consideradas. O chamado “sistema de geração distribuída”, onde a geração de eletricidade das casas vem de meios provenientes de outros que não as concessionárias federais, vem enfrentando uma guerra no Congresso: de um lado, empresas pedem que o governo reduza ou elimine subsídios a geradores particulares, alegando que o consumidor acaba pagando a mais por esse tipo de oferta. Defensores da modalidade, porém, apontam os benefícios ambientais e economias na conta de luz devido ao fim da necessidade de investimentos em novas linhas de produção.

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Fonte: Financial Times, The Next Web, Inverse, Folha de São Paulo (1) (2)