Cimento super-resfriado chinês pode reduzir gasto de prédios com ar-condicionado
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti | •
Em um estudo publicado na revista Science Advances na última quarta-feira (20), pesquisadores da Universidade do Sudeste da China desenvolveram um cimento super-resfriado, capaz de reduzir a temperatura de superfícies em até 5,4°C durante o dia. O material foi projetado com metasuperfícies que dispersam a luz solar em vez de absorvê-la.
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Além de evitar o aquecimento, o cimento consegue liberar o calor de forma eficiente para a atmosfera. Isso acontece graças à formação natural de cristais reflexivos e a pequenos poros em sua estrutura, que mantêm o efeito de resfriamento mesmo sob sol intenso.
Nos testes, o material mostrou ser muito resistente, suportando compressão, flexão, produtos químicos, radiação solar e variações de temperatura. Por isso, pode ser usado em telhados, paredes e pavimentos, unindo função estrutural e resfriamento passivo.
Outro diferencial é o processo de fabricação escalável e de baixo custo, o que amplia seu potencial de aplicação em larga escala.
Impacto na sustentabilidade
Segundo os pesquisadores, o uso desse cimento em edifícios poderia reduzir significativamente a dependência de ar-condicionado, atualmente responsável por até 50% da demanda elétrica em horários de pico.
Estima-se que soluções de resfriamento radiativo em larga escala possam cortar até 60% do consumo energético em climatização e evitar a emissão de bilhões de toneladas de CO₂ até 2050.
O cimento super-resfriado pode representar uma transformação do pesado e calor-absorvente concreto em um material ecoeficiente, capaz de refletir o calor do sol e contribuir para cidades mais frescas. Como destacou Guo Lu, primeiro autor do estudo, essa inovação pode marcar um "ponto de virada na resposta climática global".
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Fonte: Interesting Engineering