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Cientistas descobrem animal minúsculo que não precisa de oxigênio para viver

Por| 27 de Fevereiro de 2020 às 20h00

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Stephen Douglas Atkinson/PNAS
Stephen Douglas Atkinson/PNAS

Um novo estudo da Universidade de Tel Aviv descobriu uma forma de vida animal que não depende de oxigênio para viver. Eles encontram um pequeno parasita parecido com uma água-viva, mas que diferentemente de todos os representantes do reino animal, não conta com genoma mitocondrial, ou seja... não possui uma organela ativa responsável pela sua respiração. 

Lembrando das aulas de biologia do ensino médio, é graças às mitocôndrias que as células respiram e transformam oxigênio em energia, através de um processo conhecido como ciclo de Krebs, pelo qual é desencadeada uma série de reações químicas. Assim, a ausência de genoma mitocondrial aponta para duas vias: a primeira, que o animal faz respiração celular por outro mecanismo diferente do mitocondrial. Já a segunda indica que ele não depende de oxigênio algum para sobreviver — o que é a hipótese mais provável, segundo os pesquisadores. 

O parasita é chamado de Henneguya salminicola, e é encontrado no mar, geralmente junto a salmões. Ele é um cnidário, o que o coloca no mesmo filo (subgrupo do reino animal) de corais, anêmonas e águas-vivas. 

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Os pesquisadores usaram um microscópio fluorescente para verificar a sequência de DNA do parasita e descobriram que ele perdeu completamente seu genoma mitocondrial, bem como quase todos os genes para duplicação e replicação de suas mitocôndrias. Assim, os pesquisadores chegaram à conclusão de que se trata de um organismo multicelular, pertencente ao reino animal, mas que não precisa de oxigênio para sobreviver. “Nossa descoberta mostra que a respiração aeróbica, um dos caminhos mais importantes do metabolismo, não é unânime entre os animais”, escreve o grupo no trabalho. 

Mas como sobrevive?

É necessário que um organismo multicelular consiga alguma forma de energia para se manter vivo. Segundo os pesquisadores, existe a hipótese de que, como parasita, o Henneguya salminicola possa pegar emprestados os ATPs (adenosina trifosfato, principal fonte de energia celular), usados no processo energético, direto do organismo de seus hospedeiros. Isso, contudo, ainda não foi comprovado pelo grupo. 

“A Henneguya salminicola oferece a oportunidade de entender a transição evolutiva do metabolismo aeróbico para um exclusivamente anaeróbico”, ou seja, sem a necessidade de oxigênio, aponta o estudo. 

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O trabalho completo foi publicado na Proceedings of The National Academy of Science (PNAS), órgão de pesquisa dos Estados Unidos. 

Fonte: PNAS