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Aquecimento global: 2020 pode bater recorde de ano mais quente

Por| 28 de Abril de 2020 às 15h02

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Nem mesmo o isolamento causado pela pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) serviu para amenizar as mudanças climáticas relacionadas aquecimento global. Segundo diversas instituições de avaliação meteorológica, o ano de 2020 pode quebrar os recordes estabelecidos em 2016 como o ano mais quente desde que as medições começaram a ser registradas.

Segundo o The Guardian, regiões árticas da Terra registraram aumentos continuados de temperatura, chegando ao ponto de deixar algumas cidades totalmente sem neve — um fato que vem deixando especialistas em estado de atenção, haja vista que este não é um ano no qual se espera a chegada do fenômeno climático conhecido como “El Niño”.

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A Administração Nacional Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA) disse que há a chance de 75% de os recordes de temperatura serem quebrados em 2020, com 99,9% de chance de esse aumento ser, ainda, o maior da história. Em um cálculo separado, o Instituto Goddard para Estudos Espaciais, da NASA, chega à mesma conclusão, ainda que em uma estimativa mais conservadora: 60% de chances de quebra de recorde. Já um terceiro cálculo, feito pelo Met Office, na Inglaterra, diz que as chances são de 50%, ressaltando ainda que 2020 terá um período de calor estendido, superando a duração de 2015 — até hoje a maior já registrada.

Ainda citando a região ártica, foram registrados picos de temperatura acima de 20ºC pela primeira vez na história do continente. No norte, especificamente na cidade de Qaanaaq, na Groenlândia, houve recorde histórico neste mês de abril, com a região chegando a 6ºC. Em regiões centralizadas entre trópicos, como Los Angeles, na Califórnia, o termômetro chegou a marcar 34ºC, de acordo com Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos.

Segundo o Doutor Karsten Haustein, cientista climático da Universidade de Oxford, o aquecimento global vem apresentando temperatura de aproximadamente 1,2ºC acima da média registrada em períodos pré-industriais, considerando que espaços ainda não analisados dos dados posicionam os valores entre 1,14ºC e 1,17ºC.

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O cientista ainda ressaltou ao jornal britânico que, embora a prática das quarentenas e isolamento social em razão da pandemia da COVID-19 tenham servido para aliviar algumas questões climáticas — a China registrou queda nos volumes de poluição, enquanto a poluição sonora reduzida nos mares permitiu avanços na compreensão do comportamento de mamíferos aquáticos —, o problema ainda persiste, e qualquer redução atual é muito mais voltada ao acaso do novo coronavírus do que uma solução permanente.

“A crise climática segue inalterada”, disse o especialista. “As emissões vão cair neste ano, mas as concentrações seguem aumentando. É pouco provável que nós possamos perceber qualquer desaceleração no nível de acúmulo de gases causadores do efeito estufa. Entretanto, nós temos uma chance única de reconsiderar as nossas escolhas e usar a crise do novo coronavírus como um catalisador para [promover] meios mais sustentáveis de transporte e produção de energia (via incentivos fiscais, tributos, preços de gás etc.)”.

Grahame Madge, porta-voz do Met Office, ecoa esse sentimento: “A confiança e dependência da ciência para informar as ações do governo e sociedade, na solução de uma emergência global, são exatamente as medidas que precisamos para promover planos que resolvam a próxima crise a ser enfrentada pela humanidade: a mudança climática”.

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Fonte: The Guardian