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Animais podem falar como os humanos? Busca por linguagens não convenceu ninguém

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A ideia de que animais possam desenvolver linguagem como os humanos sempre despertou fascínio. Afinal, animais podem falar como os humanos? Apesar de décadas de estudos, a ciência ainda não encontrou evidências sólidas de que outras espécies sejam capazes de se comunicar com a complexidade e criatividade da linguagem humana.

O que diferencia a linguagem humana das formas de comunicação animal é a capacidade produtiva de gerar significados novos a partir de estruturas complexas. Nós, humanos, conseguimos combinar palavras em sequências infinitas e criativas, mesmo aquelas que nunca ouvimos antes. Dominamos regras gramaticais profundas, não apenas repetições memorizadas.

Já os animais, embora possam combinar sons ou sinais, não demonstram essa produtividade. Mesmo os primatas mais próximos a nós, como chimpanzés e bonobos, até combinam vocalizações, mas não criam novas mensagens de forma aberta e livre. Ou seja, falta a eles a criatividade combinatória que define a linguagem humana.

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A hipótese da sequência

Uma teoria recente, conhecida como hipótese da sequência, sugere que a diferença crucial está na nossa capacidade de reconhecer e memorizar a ordem exata de eventos ou palavras, sabendo que a troca de palavras muda o significado. 

Essa habilidade de processar sequências com precisão permite que humanos compreendam estruturas linguísticas complexas, e provavelmente foi essencial para o surgimento da linguagem como a conhecemos. E mais: pode ter moldado nossa forma de ver o mundo, transformando experiências em eventos distintos e categorizáveis.

Animais se comunicam, mas de outro jeito

Isso não significa que os animais não se comuniquem de maneira sofisticada. Abelhas dançam para indicar a localização de flores, esquilos alertam uns aos outros sobre predadores com chamados diferentes, e sapos usam árvores ocas para amplificar seus sons. Mas todas essas formas de comunicação são limitadas a contextos específicos, e não se estendem no tempo ou abordam conceitos abstratos.

Apesar de anos tentando ensinar linguagem a golfinhos ou aves, nenhum experimento conseguiu reproduzir a riqueza estrutural da linguagem humana em outras espécies.

Os pesquisadores da área estimam o erro esteja em esperar que os animais “falem” como nós. Seus sistemas de comunicação são moldados por suas necessidades e ambientes, não por um impulso abstrato de compartilhar ideias ou construir narrativas.

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Animais são inteligentes e adaptáveis, com estratégias de sobrevivência impressionantes. Mas a linguagem, com sua capacidade de criar significados infinitos e organizar o pensamento abstrato, ainda parece ser exclusivamente humana. Entender melhor a comunicação animal exige deixar de buscar um espelho de nós mesmos e começar a enxergá-los como eles realmente são.

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Fonte: The Conversation