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Decisão judicial aprova banimento de modelos de iPhones na China

Por| 10 de Dezembro de 2018 às 16h57

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Wired
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Uma disputa entre a Qualcomm e a Apple pode apimentar ainda mais os problemas diplomáticos entre Estados Unidos e China. Uma corte chinesa baniu a venda e importação de alguns modelos de iPhones em território do país oriental por conta de um processo com a Qualcomm.

A fabricante de componentes vive uma batalha acirrada com a Apple. Segundo a Qualcomm, houve violação de duas patentes dela na fabricação dos modelos do iPhone 6s, iPhone 6s Plus, iPhone 7, iPhone 7 Plus, iPhone 8, iPhone 8 Plus e iPhone X. Tais violações seriam referentes a mecanismos que permitem usuários editarem e modificarem fotos nos smartphones, além de patentes para gerenciamento de apps por toque. A Qualcomm acusa a Apple de ter implementado tais funções em seus devices usando sistemas da fabricante sem respeitar os documentos registrados. Contudo, o processo não informa os pormenores da acusação.

Apesar da decisão judicial, a Apple afirma que todos modelos citados seguem disponíveis na China e ainda acusou a Qualcomm de fazer uma “ação desesperada” contra ela. Atualmente, a fabricante do iPhone acusa a empresa de microchips de jogo sujo, queimando o nome da Apple por conta de patentes que nem são mais válidas. O resultado das batalhas atuais entre as duas é que os novos modelos de iPhones passaram a contar com chips da Intel e não mais da Qualcomm, motivo pelo qual não entram no sistema de banimento chinês.

Batalha internacional

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Além do problemas entre empresas, há a suspeita de que questões políticas também tenham permeado o banimento. Os governos norte-americano e chinês enfrentam uma briga comercial por conta de taxas desde o começo do ano.

No último mês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a ameaçar aumentar taxas de importação em produtos importados da China, principalmente iPhones, fabricados lá. Logo, a suspeita é de que acatar o banimento da Apple, feito pela Qualcomm, já teria sido uma medida para responder a esta ameaça.

Os dois países, contudo, na última reunião do G20, anunciaram uma trégua de pelo menos 90 dias sobre mudanças de taxas, jogando somente para 2019 a questão.

No entanto, para especialistas, a decisão foi uma surpresa, já que ninguém acreditava que a China fosse capaz de acatar a um banimento desta magnitude. Por isso, a suspeita de interferência política.

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Por conta disso, fabricantes da Apple pretendem mudar a produção para a Indonésia para fugir das novas taxas do governo norte-americano.

Apple e Qualcomm já vivem batalhas desde 2017, quando a Maçã processou a fornecedora sob a acusação de preços abusivos pelos chips dos iPhones, acima dos praticados com outras empresas. Ao todo, a Apple pedia US$ 1 bilhão pela diferença.

Em contrapartida, a Qualcomm passou a acusar a Maçã de quebra de contratos e até mesmo de fornecer informações confidenciais à sua principal concorrente, a Intel. Logo, esse episódio de banimento é apenas mais um na novela recente entre as duas.

Na semana passada, o presidente da Qualcomm, Cristiano Amon, disse ao Apple Insider que acreditava que a batalha estava próxima ao fim. Contudo, este novo processo parece colocar mais lenha na fogueira do que acalmar os ânimos entre elas.

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Por conta disso, as ações da Apple operam em queda na margem de 2%, enquanto a da Qualcomm registram aumento de 3%.

Fonte: CNN