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Game brasileiro Heavy Metal Machine é sucesso no mercado russo

Por| 27 de Fevereiro de 2019 às 13h33

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Divulgação/Hoplon
Divulgação/Hoplon

Em meados da década de 90, um game entrou nas casas de jogadores brasileiros trazendo uma mistura de corrida, tiro, porrada, bomba e um som pesado. Esse era Rock n’ Roll Racing, jogo produzido pela Silicon & Synapse que viria a se tornar a Blizzard.

Foi este título da geração Super Nintendo e Mega Drive que serviu de inspiração para Heavy Metal Machines, desenvolvido pelo estúdio brasileiro Hoplon. A empresa começou a trabalhar na ideia em 2014 depois de uma brincadeira interna.

Em 2015, a desenvolvedora descontinuou Talkodom, o MMORPG de estreia do estúdio, focando completamente nesta nova proposta.

Heavy Metal Machines é um game em estilo Multiplayer Online Battle Arena (MOBA), que coloca jogadores em times em uma pista-arena. Como um jogo do estilo, cada pessoa precisa escolher um personagem com características próprias. Por exemplo, um carro é mais focado em atacar, enquanto outro funciona como suporte para ajudar a manter a vida dos colegas sempre cheia.

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A proposta é simples: quatro jogadores precisam disputar uma bomba com outros quatro. A ideia é levar esta “bola” para dentro da área inimiga. Quem fizer isso três vezes, ganha a partida.

Só não é tão simples assim levar este objeto por aí. Existe toda sorte de habilidades, bombas, tiros e outras ferramentas que o resto dos jogadores pode usar para ajudar ou atrapalhar quem carrega a bomba.

Inspiração

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Heavy Metal Machines não tem vergonha de mostrar suas origens, nem precisa disso. Carrega consigo a mesma câmera isométrica que foi um dos pontos de consagração de Rock n’ Roll Racing. Diferente dos games de corrida que sempre mostravam os veículos de trás, esse brincava com uma grande arena de combate. Tal cenário foi implementado também em Heavy Metal Machines.

O game brasileiro também pegou emprestada a voz de Larry Huffman, que trabalhou como locutor das corridas em Rock n' Roll Racing (para o Brasil, também há opção da voz de Bruno Sutter, o Detonator).

Contudo, isso não é que o mais faz sucesso no título. “Lá atrás, a gente pegou como base, a referência com o Rock n' Roll Racing. Porém, o estilo do jogo, o que ele traz, a competição, batalha, tudo foge um pouco do game antigo. O engraçado é que essa relação direta dos jogos é mais percebida por nós, aqui dentro como desenvolvedores, do que pelos jogadores, da comunidade mesmo. A questão é que a comunidade hoje é de jogadores mais novos, que não têm esse histórico do Rock n’ Roll Racing”, explicou Eros Carvalho, gerente de desenvolvimento da Hoplon.

De fato, o jogo brasileiro está longe, bem longe, de ser uma cópia do título antigo. A Hoplon mostra que soube beber bem do passado, mas levantar características que só uma produção atual tem.

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A começar pela escolha do gênero MOBA. O estilo nem mesmo existia na época do lançamento de Rock 'N Roll Racing para o Super Nintendo e Mega Drive e cabe de forma perfeita aqui. A busca por tentar entender o seu papel no time, com questionamento estratégico, convida o jogador a fugir da experiência impensada. Ou seja, não se vai a lugar nenhum tacando mísseis a esmo por aqui.

A empresa também soube reconhecer os pontos fortes de games como League of Legends e Overwatch ao oferecer personagens muito diferentes entre si, com característica e estética própria.

Dentro e fora do Brasil

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Heavy Metal Machines passou por uma série de fases de testes, com alfa, beta fechado e aberto. Foi lançado oficialmente em setembro do ano passado e chegou à marca de 800 mil jogadores.

Atualmente, ele está disponível em 73 países, sendo que nosso público não é essencialmente o que mais curte o título. A Rússia é quem mais joga Heavy Metal Machines. “Como referência, a diferença do Brasil para Rússia é bem pau a pau, cada mês, um passa na frente do outro em jogadores. Às vezes, a diferença é de milhares de jogadores. É pouquinha coisa. Depois vem Estados Unidos, Polônia e s Turquia”, aponta Tatiana Moreira, gerente de marketing e publicação da Hoplon.

A empresa atribui tamanho sucesso no país a principalmente dois fatores. Primeiro, o perfil experimentador da região, aponta Moreira. Ainda, pelas análises da companhia, os russos têm uma característica de aproximação a jogos competitivos e gratuitos, o que é o caso de Heavy Metal Machines.

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A proposta agora é continuar focando em expansão, buscando outras publicadoras além do Steam para levar o jogo ao público. Outra região onde a Hoplon quer cravar seus pés é o sudeste asiático, principalmente a China. Segundo Moreira, a empresa já está em estágio avançado de negociação para entrar na região.

“A ideia é, sim, publicar o nosso jogo na China, mas não é um processo muito fácil. É realmente um desafio. É bastante difícil, tem toda uma parte de documentação necessária, muito mais complexo do que publicar um jogo por aqui, ou na Europa. É um processo que demora, em geral, seis meses. Então, estamos correndo já com esse processo e devemos anunciar até o finalzinho deste semestre a participação do mercado por lá”, informa a gerente de marketing.

E-sports

A empresa começa uma nova fase no próximo dia 9 de março: o game vai receber o modo torneio. Durante cada temporada do game, haverá uma nova competição na qual os jogadores podem levar o prêmio no total de € 5 mil, somando vencedor e vice.

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As competições começam com servidores na América Latina, passam, pelo norte-americano e depois europeu. Mesmo assim, uma pessoa em qualquer lugar do mundo pode participar de qualquer uma destas competições, mas pode ter problemas com experiência de ping pela distância.

Todo final de semana haverá chamada para jogos, seguindo um calendário disponível no site da empresa. Os melhores vão subindo de ranking até sobrar os 8 finalistas que competem na final em estilo mata-mata.

Outras plataformas

Além da expansão de mercado lá fora, outra proposta é levar o game para consoles. Segundo carvalho, não deve demorar para o título aparecer em outras plataformas. “O que eu posso adiantar é que já estamos iniciando entrar nesse mercado. A gente tem feito alguns estudos aqui dentro e a gente acredita que o jogo funcionaria muito bem no console, ou algo do tipo. Então ele não deve ficar só no PC”, explica o gerente de desenvolvimento da Hoplon.

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E será que ele cabe também nos smartphones? Moreira explica que, por hora, esta não é a intenção da desenvolvedora. Isso porque o game tem muitos detalhes e exige um controle muito dinâmico, desafios a serem vencidos em uma versão touch do título.

“A gente ainda vê como um desafio, até por conta do tamanho dos carros. A gente sabe o quanto mobile representa no mercado. Logo, vemos uma oportunidade de negócio, mas, neste momento, estamos mais concentrados em expandir o jogo para outros países e também ir para os consoles. Em mobile provavelmente a gente deve colocar algumas opções que permitam mais interação entre os jogadores, com uma extensão do jogo. Entretanto, o jogo em si no mobile ainda não é uma ideia para a gente”, explica.

Heavy Metal Machines foi lançado oficialmente em 19 de setembro de 2018 para PC pelo Steam e é totalmente gratuito para jogar. “Não é um jogo pay-to-win. A gente fala com muito orgulho que o jogador pode vir, aí mesmo entrando hoje já tem oportunidade de jogar de igual para igual com um pessoas que estão há tempos no game”, garante Moreira. As compras dentro do game são estéticas.