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Rede oferece café grátis em troca de dados pessoais de estudantes

Por| 20 de Setembro de 2018 às 13h40

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Rede oferece café grátis em troca de dados pessoais de estudantes
Rede oferece café grátis em troca de dados pessoais de estudantes

Suas informações pessoais podem ser trocadas por café de graça? Para centenas de estudantes e professores em três países, aparentemente sim. Essa é a proposta do Shiru Café, uma rede de cafeterias universitárias com mais de 20 unidades em todo o mundo, que tem uma proposta inusitada — clientes “comuns” não são atendidos e o estabelecimento não aceita dinheiro. Para obter as bebidas, é preciso realizar um cadastro e entregar dados sobre escolaridade.

Numa era de preocupação com privacidade e mal-uso de informações, o conceito soa surreal. Mais impressionante ainda, entretanto, é o fato de a ideia ter dado certo. Hoje, a Shiru Café conta com mais de 20 unidades no Japão e na Índia (incluindo presença nas instituições mais prestigiadas dos países, como a Universidade de Tóquio e o Instituto de Tecnologia indiano) e desembarcou recentemente nos Estados Unidos. A ideia é começar por lá com filiais em grandes universidades, como Brown, Harvard e Princeton.

No local, professores podem se cadastrar para ter acesso a um menu de cafés e chás por apenas US$ 1. Já os alunos não pagam — as bebidas são entregues após registro na plataforma do Shiru Café, que exige nome completo, número de matrícula e ano previsto para formatura, além de curso, habilidades, estágios atuais ou já realizados e nomes de empresas ou o tamanho das estruturas de companhias em que estão interessados em trabalhar.

A partir destas informações é que funciona a proposta da rede de cafeterias. Os locais, com Wi-Fi liberado e mesas para estudo, conta também com telões onde publicidade é exibida o tempo todo. Além disso, a proposta do Shiru Café é que as informações serão usadas para recolocação profissional, com a empresa criando um banco de dados de talentos que, então, é compartilhado com possíveis empregadores.

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Além disso, a rede promete realizar, periodicamente, cursos e também encontros com executivos em suas propriedades, de forma a aproximar estudantes do mercado. As parcerias, claro, são a forma de monetização dos locais, enquanto os dados pessoais dos clientes, mais uma vez, se provam como uma moeda de troca mais valiosa do que café ou dinheiro.

Sobre a privacidade de seus clientes, o Shiru Café afirma que os dados são compartilhados de forma anônima com os parceiros, com as informações diretas dos cadastrados sendo acessadas somente quando existem propostas de emprego direcionadas. A empresa também afirma que uma coleta adicional de dados pode acontecer na conexão ao Wi-Fi gratuito das cafeterias, mas não de forma a identificar os usuários.

A ideia, porém, não teve aceitação unânime. Enquanto a companhia fala na boa recepção de sua chegada aos Estados Unidos, estudantes da Universidade de Brown promovendo um boicote à cafeteria. As críticas estão relacionadas às parcerias entre o Shiru Café e grandes corporações, além do fato de estudantes não cadastrados também estarem sujeitos à exibição de publicidade e coleta de dados, por meio de comunicações realizadas pela rede Wi-Fi dos estabelecimentos.

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Outros, entretanto, apontam as bebidas gratuitas como o principal ponto positivo em uma realidade na qual é realmente difícil permanecer anônimo e não rastreado. E como apontou uma reportagem do site New York Magazine, já que os nossos dados já estão flutuando por aí de qualquer maneira, por que não ganhar um café em troca deles?

Fonte: New York Magazine