Gambiarra simples em vídeo adulto burla moderação de conta de crianças no TikTok
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti | •

Em apenas dois cliques, contas de adolescentes no TikTok conseguiram acessar conteúdo adulto explícito, mesmo com o modo restrito ativado. A investigação mostrou que os vídeos utilizavam truques simples para escapar da moderação, levantando questionamentos sobre a segurança da plataforma para menores.
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Uma investigação conduzida pela organização Global Witness revelou que o próprio recurso de busca sugeria termos explícitos, escalando de expressões aparentemente inofensivas até referências diretas a pornografia.
Em três das contas criadas, as sugestões surgiram de imediato. Nos testes, os pesquisadores conseguiram acessar imagens explícitas, que variavam desde mulheres exibindo partes íntimas até vídeos com sexo explícito.
Estratégias usadas para burlar a moderação
Segundo o relatório, muitos vídeos utilizavam uma gambiarra simples: esconder cenas adultas dentro de imagens estáticas (fotos) ou clipes de vídeo de outros assuntos, aparentemente inocentes. Esse artifício confunde os filtros automáticos da plataforma, dificultando a detecção do conteúdo real. Dessa forma, conteúdos que deveriam ser bloqueados acabam circulando e chegando facilmente a contas de menores de idade.
Além disso, a pesquisa relatou que pelo menos dois vídeos mostravam pessoas que aparentavam ser menores de 16 anos. Esses casos foram encaminhados ao Internet Watch Foundation, entidade responsável por monitorar material de abuso sexual infantil online.
TikTok reage após denúncia
De acordo com o The Guardian, após ser informado sobre os resultados da investigação, o TikTok removeu os conteúdos denunciados e anunciou melhorias em seu sistema de recomendações. A empresa afirmou que qualquer material pornográfico é proibido em sua política de uso e que reforçou os mecanismos de moderação.
A denúncia ocorre no contexto da implementação do Online Safety Act (OSA), lei do que obriga empresas de tecnologia a protegerem crianças contra conteúdos nocivos. A Ofcom, órgão regulador de comunicações no Reino Unido, declarou que vai revisar as descobertas da Global Witness e verificar se houve violação das regras.
Vale lembrar que, no Brasil, é uma discussão recente e que ainde ferve: o Governo federal sancionou a lei da 'adultização' para proteger menores na internet.
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Fonte: The Guardian