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Falsificação de artes digitais leva mercado de NFT a encerrar operações

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 16 de Fevereiro de 2022 às 16h00

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A Cent, um dos sites de comércio de tokens não fungíveis mais reconhecidos do mundo, precisou interromper quase todas as suas vendas após descobrir uma falha explorada por criminosos. Conforme a agência Reuters, as atividades foram suspensas quando a equipe do site detectou a criação de NFTs falsificadas.

Segundo o CEO da Cent, Cameron Hejazi, chegou ao seu conhecimento que algumas pessoas estariam usando a página para cunhar NFTs falsas, cópias de obras verdadeiras que não lhes pertenciam ou reprodução de artes sem os devidos direitos autorais. Isso é um problema grave, porque as operações registradas na blockchain são exatamente para coibir esse tipo de prática fraudulenta.

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O site atribuiu o problema a uma suposta falta de "padrão da indústria" para combater o mau comportamento. A culpa seria os próprios compradores que pagam por artes falsas sem checar a procedência delas, mas também da inexistência de uma "estratégia conjunta para superar os desafios" atuais.

O mercado ainda deve continuar com a venda de itens chamados "Valuables", ou seja, NFTs de tuítes famosos ou históricos, de celebridades ou figuras notórias "autografados" pelos próprios. Essa é uma modalidade de venda extremamente específica que precisa ser autorizada pelo dono do perfil, portanto é menos suscetível a golpes.

A rede ficou famosa após comercializar o primeiro tuíte do fundador do Twitter, Jack Dorsey, por quase US$ 3 milhões em março de 2021. Há outros tuítes de pessoas famosas já vendidos por cifras de seis dígitos, como os de Nusret Gökçe, mais conhecido como Salt Bae, chef e dono da cadeia de restaurantes Nusr-Et.

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Outras plataformas também são vítimas

Se engana quem pensa se tratar de uma falha exclusiva da Cent. A gigante OpenSea, maior marketplace do mundo no segmento, também precisou restringir seu recurso de cunhagem gratuita após admitir que mais de 80% dos tokens feitos com a ferramenta eram plagiados, copiado de trabalhos alheios sem autorização, coleções falsas ou meramente spam.

A lógica é simples: se as pessoas não precisam pagar taxas, sentem-se confortáveis para criar contas exclusivamente para dar golpes. Se encontrar algum desavisado para pagar pela arte, tudo bem. Se não achar comprador, tudo bem também, afinal nada foi gasto para a tentativa de fraude.

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Embora o roubo de um NFT não confira valor físico ao proprietário, trata-se de uma prática que pode lesar investidores. Os golpistas conseguem arrecadar alguns milhares de dólares em criptomoedas com essas práticas, afinal há uma supervalorização do mercado no momento.

Fato é que existe uma quantidade imensa de golpes no âmbito das blockchains e mercados de tokens, por isso começa a crescer um movimento de compradores para a inserção de travas de segurança. Não dá para se adentrar efetivamente na Web 3.0 (ou Web3, como alguns preferem chamar) sem serem erradicadas práticas nefastas como estas.

Fonte: Reuters