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Google quer "busca perfeita" e refina seus mecanismos de pesquisa com (muita) IA

Por| 15 de Outubro de 2020 às 19h50

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Matheus Argentoni/Canaltech
Matheus Argentoni/Canaltech
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Nesta quinta-feira (15), o Google realizou um evento online chamado de Search On. Nele, a empresa exibiu novos recursos que permearão seu mecanismo de busca nos mais diversos níveis. De uma espécie de "Shazam" aprimorado, que ajuda a identificar aquela música que não sai da sua cabeça, até a identificação daquela parte de um vídeo que traz a resposta ao que você está procurando, são diversas novidades que trazem uma coisa em comum: a Inteligência Artificial (IA) que, cada vez mais, dá as cartas para refinar as pesquisas e trazer a "busca perfeita", o "Santo Graal" dos engenheiros que trabalham nessa área.

Logo abaixo, confira as novidades apresentadas pela empresa para o seu mecanismo de busca:

O "Google Shazam" mais refinado

Deixado por último na apresentação - mas que acabou sendo uma das novidades mais comentadas - o Google apresentou uma espécie de "Shazam" que será integrado ao seu mecanismo de buscas. Assim como seu "irmão mais velho", essa funcionalidade permitirá que você descubra o nome daquela música cuja melodia criou raízes no seu cérebro.

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Para isso, basta abrir a Busca ou o Google Assistente, cantarolar a melodia - ou o que você lembra dela - e os modelos de IA da busca vão fazer a correspondência entre a melodia e a canção certa.

Para sermos justos: o Google Assistente sempre teve esse recurso. O que muda agora é a capacidade de podermos cantarolar apenas uma melodia e o algoritmo de aprendizado de máquina entender e trazer o resultado, com o percentual de possibilidade de que as músicas apresentadas sejam as corretas.

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Busca mais eficiente dentro dos vídeos

Na opinião deste que vos escreve, essa funcionalidade é a mais legal apresentada hoje pelo Google. Afinal, ela promete corrigir algo bem irritante: o tempo perdido indo e voltando em um vídeo, em busca daquele trecho que traz a resposta para uma dúvida que você tem, como, por exemplo, "Como desentupir uma privada com Coca Cola?" ou "Como bater um pênalti decentemente no FIFA 21 sem isolar a bola"...não que eu já tenha buscado essas coisas no Google, claro...

Enfim, graças a uma nova estratégia de inteligência artificial, o Google Busca poderá entender a semântica de forma aprofundada de um vídeo, e com isso identificar automaticamente os principais momentos. Será possível marcar (ou “taguear" esses trechos importantes para que o usuário navegue pelo vídeo como se passasse pelos capítulos de um livro.

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A pessoa pode estar procurando, por exemplo, uma etapa específica de uma receita culinária; ou pode querer assistir apenas à enterrada que decidiu um jogo de basquete num vídeo com os melhores momentos da partida. Essa novidade permite encontrar esse tipo de cena específica. A tecnologia começou a ser testada em 2020 e, até o final do ano, o Google espera que 10% das buscas estejam usando o novo recurso.

Busca mais refinada de dados estatísticos

Esse aprimoramento será bem útil para quem precisa buscar dados estatísticos ou precisa de números para um trabalho, um relatório..., ou até mesmo para escrever uma notícia. Atualmente, muitos desses dados estão escondidos no meio de um mundaréu de conjuntos de informações, complicando a compreensão.

Agora, o mecanismo de pesquisas do Google, a partir de uma parceria - criada em 2108 - com a Data Commons Project, tornará essas informações mais acessíveis e úteis em seu mecanismo de pesquisa. O Datta Commons ´Project é um um banco de dados aberto que contém estatísticas de entidades como o Census americano (departamento dos Estados Unidos responsável pelo censo populacional), o Centro para Controle e Prevenção de Doenças, o Banco Mundial e diversas organizações

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Em outras palavras, sempre que um usuário fizer uma pergunta como “quantas pessoas estão empregadas na cidade de Chicago”, o Google vai usar processamento de linguagem natural para mapear a busca e estabelecer uma correspondência com algum dos bilhões de pontos de dados existentes no Data Commons. Assim, será possível exibir a estatística em formato visual e fácil de entender. A parte ruim dessa notícia é que essa funcionalidade estará presente apenas nos EUA. Pelo menos inicialmente.

Mais funções com o Lens e a Realidade aumentada

Ainda que não se trate exatamente de uma novidade, o fato é que o Google finalmente liberou os novos recursos no Lens e na Realidade Aumentada (RA) de seu mecanismo de busca. A partir do Lens, será possível, por exemplo, obter ajuda passo-a-passo para resolver problemas de matemática, química, biologia e física.

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Além disso, essas duas tecnologias também devem facilitar as compras online. Isso porque ela permitirá uma busca e análise mais detalhada de produtos, mesmo aqueles em que, tradicionalmente, as pessoas preferem adquirir em lojas físicas, como um casaco ou um carro.

Mais dados relacionados ao COVID-19

O mecanismo de buscas do Google agora passa a fornecer atualizações em tempo real sobre a ocupação de locais, mostrando se determinado lugar está ou não cheio naquele momento. Dessa forma, o usuário possa garantir o distanciamento social. Há ainda um novo recurso ao Live View, que ajuda a obter informações essenciais sobre uma loja ou restaurante antes mesmo entrar.

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Além disso, as informações sobre medidas de segurança relacionadas à COVID-19 adotadas pelo comércio vão ganhar destaque no perfil desses lugares exibidos na Busca e no Maps. Assim, o usuário poderá saber, por exemplo, se determinada loja exige máscaras, se um restaurante atende apenas mediante reservas ou se está aferindo a temperatura dos clientes que entram no estabelecimento.

BERT em todas as pesquisas

Antes que você pergunte o que é esse tal de BERT, já nos adiantamos: trata-se de uma técnica baseada em rede neural para pré-treinamento de processamento de linguagem natural (PNL, na sigla em inglês). E essa técnica leva o nome de Representações do Codificador Bidirecional de Transformadores. Ou simplesmente BERT (bem mais fácil, convenhamos). Basicamente, essa tecnologia permite que qualquer pessoa treine seu próprio sistema de respostas a perguntas.

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Explicado o que é o BERT, o Google anunciou hoje que essa tecnologia passará a ser usada em todas as pesquisas (inicialmente as que são feitas em inglês), ajudando a exibir resultados de qualidade ainda maior para as perguntas das pessoas.

Além disso, a empresa anunciou outros avanços na classificação das respostas mais relevantes, graças à evolução da sua Inteligência Artificial. Isso inclui:

Grafia de palavras: o Google afirma que o mecanismo de buscas aperfeiçoou sua capacidade de entender palavras grafadas incorretamente – e isso tem um motivo: 10% das buscas feitas no Google contêm algum erro de digitação. Agora, as buscas passam a usar um novo algoritmo de grafia que usa uma rede neural profunda e aprimora a capacidade de identificar e decifrar erros de digitação. Ainda segundo o Google, apenas essa mudança já melhora a identificação de grafias equivocadas mais do que todos os avanços conquistados nos últimos cinco anos.

Trechos: o Google anunciou também melhorias nos resultados para pesquisas muito específicas. Agora, o mecanismo de buscas consegue indexar não apenas páginas, como também trechos individuais dentro delas. Graças a essa compreensão da relevância de trechos, e não somente da página, será possível encontrar aquela informação no nível "agulha no palheiro". Ainda de acordo com o Google, essa tecnologia vai aprimorar 7% das pesquisas feitas na Busca em qualquer idioma, e será lançada globalmente.

Subtemas: agora, a Busca do Google é capaz de compreender quais são os subtemas relevantes relacionados a uma pesquisa – como equipamentos mais baratos ou premium, ideias para espaços apertados e uma variedade maior de conteúdo na página dos resultados. Esse recurso começará a ser usado até o final do ano.

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Busca avançada para Jornalistas

Por fim, em mais uma iniciativa de apoio ao Jornalismo, o Google apresentou o Journalist Studio, um novo conjunto de ferramentas para ajudar profissionais da área. A primeira solução deste kit é o Pinpoint, que ajuda repórteres a percorrer rapidamente centenas de milhares de documentos, identificando e organizando automaticamente as pessoas, organizações e locais citados com mais frequência.

As inscrições para ter acesso ao Pinpoint começam esta semana.