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É VERDADE que lasers usados em shows podem danificar a câmera do celular

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Unsplash/Zachary Smith
Unsplash/Zachary Smith

É VERDADE que lasers usados em shows podem danificar a câmera do celular dos espectadores. Cada vez mais artistas utilizam o recurso durante as apresentações, e os fãs devem tomar cuidado para não sair no prejuízo com o dispositivo danificado.

Especialistas ouvidos pelo Canaltech explicam que o laser pode afetar o smartphone em determinadas condições — como a potência do feixe de luz, o tempo de exposição e até o ângulo em que o feixe atinge a câmera.

Nas redes sociais, há diversos relatos de sensores de câmeras danificados por lasers usados em shows.

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Dano relacionado à potência

Leandro Tessler, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp, ressalta que a potência total do laser não é, por si só, o principal problema para os aparelhos dos fãs.

“O que causa o dano é a potência dissipada em um dado pixel da câmera. As lentes concentram a luz incidente, e a densidade de potência pode ultrapassar o limiar de dano do sensor”, explica o físico.

Ainda assim, lasers com potência superior a 10 watts (W), usados em grandes shows, têm maior probabilidade de causar danos permanentes do que os de cerca de 5 W empregados em apresentações menores.

Ângulo de incidência e tempo de exposição

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Outro fator que influencia diretamente o risco de dano é o ângulo de incidência da luz sobre o celular, já que isso afeta a quantidade de energia depositada no sensor.

“Quando o laser incide perpendicularmente sobre o alvo, a energia depositada é máxima, aumentando as chances de danos. Quando incide em um certo ângulo, há uma redução dessa energia, o que diminui o risco”, explica Roberto Menezes, professor de Física do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

O docente acrescenta que o tempo de exposição também é um fator crucial: quanto maior ele for, maior será a energia acumulada sobre o equipamento.

Nessas condições, a luz dos lasers pode queimar áreas do sensor da câmera, resultando em pixels mortos ou regiões com descoloração.

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“Câmeras de celulares possuem sensores pequenos, sensíveis à luz, mas com baixa capacidade de dissipação de calor — o que os torna suscetíveis a danos térmicos causados por exposição a lasers intensos”, pontua o físico do IMT.

Os especialistas lembram, porém, que existem regulamentações de segurança para o posicionamento e o tempo de exposição da plateia a esses feixes de luz, justamente para mitigar riscos.

Dicas para evitar problemas com a câmera do celular

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Apesar dessas diretrizes, Tessler afirma que nem sempre os shows seguem corretamente as normas de segurança na montagem dos equipamentos de luz. Nesse caso, ele é enfático.

“Fuja de shows que projetam lasers diretamente sobre o público. Mas, se insistir em ficar, o ideal é não expor o celular aos feixes”, recomenda o físico da Unicamp.

Menezes também reforça a importância de reduzir ao máximo o tempo de exposição da câmera ao feixe de luz caso perceba que o show utiliza esse tipo de equipamento.

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