China proíbe influencer de falar sobre temas de "alto nível técnico" sem diploma
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

Nos últimos anos, o mercado de influenciadores digitais tem crescido, mas com ele também surgem preocupações sobre a disseminação de informações imprecisas. A China decidiu agir para regulamentar esse cenário e anunciou novas regras que exigem diploma e qualificações profissionais para que o influencer possa abordar certos assuntos de “alto nível técnico”.
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O governo chinês, por meio da Administração Estatal de Rádio e Televisão (SART) e do Ministério da Cultura e Turismo (MCT), publicou diretrizes detalhando que influenciadores precisam comprovar formação ou experiência acadêmica e profissional antes de falar sobre temas como:
- Medicina
- Direito
- Finanças
- Educação
A intenção é evitar a propagação de informações erradas que possam causar danos ou confusão à população. Essas regras se aplicam especialmente a transmissões ao vivo, um formato que movimenta bilhões de dólares no país.
Os influenciadores devem apresentar suas qualificações às plataformas que utilizam, e essas plataformas são responsáveis por revisar e validar essas certificações antes que o conteúdo seja publicado.
Limites ao conteúdo
Além das qualificações profissionais, as novas normas proíbem influenciadores de exibirem ostentação exagerada, como carros de luxo, bolsas caras e estilos de vida extravagantes. Também é vedada a produção de conteúdos sexualmente sugestivos ou provocativos, bem como o uso de tecnologias como deepfake para manipular a imagem de autoridades ou figuras públicas.
Segundo o governo chinês, essas medidas têm o objetivo de “normalizar o comportamento profissional” no ambiente digital e aumentar a responsabilidade dos criadores de conteúdo diante de seus milhões de seguidores.
Impacto no setor de livestreaming
A regulamentação integra um esforço mais amplo do governo de Pequim para controlar a influência das plataformas digitais sobre a sociedade. Grandes empresas, como Tencent, Alibaba e ByteDance, estão sob monitoramento rigoroso, e o setor de livestreaming, em particular, passou por mudanças significativas, incluindo restrições para menores de 16 anos assistirem a transmissões ou fazerem compras online durante a noite.
Além disso, na China, os influenciadores agora precisam declarar sua renda de forma transparente e pagar impostos corretamente, o que reforça a responsabilidade financeira no setor.
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Fonte: CNBC, India Today