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CEO do Mt. Gox é preso no Japão

Por| 03 de Agosto de 2015 às 18h21

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CEO do Mt. Gox é preso no Japão
CEO do Mt. Gox é preso no Japão

Quase um ano depois de sua falência, mais um capítulo da história sombria do Mt. Gox, um dos primeiros e, anteriormente, maiores câmbios de Bitcoin do mundo, começa a ser escrito. Neste sábado (1), autoridades japonesas localizaram e prenderam Mark Karpelès, CEO do serviço, sob acusações de fraude e manipulação de registros contáveis.

De acordo com a polícia, o executivo foi encontrado em seu apartamento na cidade de Shibuya e a prisão está relacionada às suspeitas de que ele, pouco antes da declaração de falência do Mt. Gox, teria alterado o sistema informatizado da empresa para adicionar US$ 1 milhão em moedas virtuais à própria carteira. Além disso, existem indícios de que a apreensão teria a ver com o sumiço de 850 mil Bitcoins, equivalentes a quase US$ 400 milhões no câmbio da época, motivo que teria levado ao fim do serviço.

O processo sobre o câmbio parece caminhar a passos lentos na justiça japonesa, enquanto muitos dos clientes do Mt. Gox tiveram de sair com as mãos abanando após o desaparecimento das moedas, que continua sem explicação. Novas provas, porém, indicaram que muito do dinheiro não sumiu, e sim, acabou indo parar em contas que, somente agora, foram ligadas a Karpelès, o que acabou motivando sua prisão.

Apesar de tudo isso, informações de jornais japoneses indicam que ele ainda não foi formalmente indiciado por nenhum crime, e que a prisão seria preventiva. Como novas provas começaram a surgir como fruto das investigações, existiu um temor de que Karpelès poderia fugir, o que motivou sua apreensão. De acordo com as leis do país, ele pode permanecer encarcerado por até 23 dias sem uma acusação ou possibilidade de fiança.

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Além das suspeitas de fraude e desvio de valores, Karpelès também é acusado de ser um dos idealizadores de uma campanha voltada para esconder do público a situação real do Mt. Gox. Devido a brechas de segurança no sistema, muitas das Bitcoins trocadas pelos usuários teriam desaparecido ou simplesmente nunca existiram, o que acabou levando a um gigantesco rombo nas contas que só foi revelado quando a empresa, de repente, anunciou sua falência.

Das 850 mil moedas desaparecidas, pelo menos 100 mil pertenciam à própria empresa. Após a revelação dos problemas, o Mt. Gox afirmou ter encontrado 200 mil Bitcoins, mas não falou claramente sobre o tipo de compensação que receberiam os clientes afetados, muitos dos quais tinham muitos milhares de dólares armazenados nas carteiras virtuais do serviço.

Esse, agora, é um trabalho para a Payward Inc., uma operadora de Bitcoins de São Francisco, que agora é uma das responsáveis pelo processo de liquidação do Mt. Gox. A expectativa é que boa parte do dinheiro oriundo do fim da empresa seja repassada aos clientes, mas a essa altura do campeonato, ninguém acredita realmente que o valor perdido será recuperado integralmente.

Karpelès mora no Japão desde 2009. Dois anos depois, ele iniciou o Mt. Gox, um dos pioneiros sistemas para câmbio de Bitcoins, cujo código e funcionamento foi baseado em uma plataforma para troca de cartas de Magic: The Gathering. Em 2013, no auge de seu funcionamento, a empresa era responsável por 70% de todo o volume de transações de Bitcoins em todo o mundo.

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Fonte: The Wall Street Journal