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Brasil é o terceiro país com pior desempenho em índice de liberdade na internet

Por| 05 de Novembro de 2019 às 13h10

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Occupy
Occupy

A liberdade na internet está em queda em grande parte do mundo. Isso é o que aponta o relatório Freedom on the Net 2019, feito pela organização homônima. A instituição levantou dados e histórico de 65 países pelo mundo sobre quanto seus governos protegem a liberdade de seus usuários online. A outra má notícia é que o Brasil está entre os países com maior queda neste quesito.

Dos 65 países analisados pela pesquisa, somente 16 melhoraram seus índices de liberdade na rede, enquanto outros 16 permaneceram estagnados. Os 33 restantes apresentaram queda no índice de liberdade na internet no comparativo com junho de 2018. Os piores desempenhos vieram do Sudão e do Cazaquistão, com o Brasil na terceira colocação. Isso significa que, no período de pouco mais de um ano, cresceu a censura na web por aqui.

O principal vilão desse cenário atual? “O futuro da liberdade na internet estará em nossa habilidade de consertar as redes sociais”, conclui o documento. O estudo aponta que este é o grande fator de declínio mundial, incluindo no nosso país.

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Brasil 

No estudo apresentado pela entidade em 2018, o Brasil era classificado como “parcialmente livres” em termos de liberdade na internet, com nota 31. A escala vai de 0 a 100, sendo que, quanto maior o número, menos protegida a população é. As regiões abaixo de 30 são consideradas “livres”. Ou seja, em 2018, estávamos próximos disso.

Contudo, tal número dobrou em um ano, aparecendo no relatório de 2019 com nota 64.

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O estudo leva em conta três quesitos para isso: obstáculo de acesso à informação, limites de conteúdo e violação de direitos humanos. O segundo ponto foi o que mais pesou. Entre os pontos, perguntas como “Os jornalistas, comentarista e civis usam práticas de autocensura?”, “Há falta de diversidade informacional?” foram as que mais pesaram.

Além, disso, o uso de redes social para mobilização política com fake news também foi um ponto negativo pela pesquisa. “As mídias sociais se tornaram um campo de disputa de campanha política, mas foi marcada pela distribuição de desinformação e mensagens agressivas, especialmente propagadas por grupos de WhatsApp usando dados vazados e ferramentas de mensagens”, aponta o estudo.

Em termos de direitos humanos, o relatório aponta relatos de ameaças a jornalistas e artistas, o que também colabora para a falta de liberdade na internet. “Uma campanha de boicote foi direcionada a 700 artistas, jornalistas e intelectuais que mostraram oposição a Bolsonaro e seus nomes foram espalhados em grupos de WhatsApp dias depois das eleições. Contas pertencentes a movimentos políticos e jornalistas críticos a Bolsonaro também foram hackeadas e alguns ativistas fugiram do país por conta de ameaças”.

Gigantes

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Além do Brasil outros grandes também tiveram queda no índice de liberdade online. Os Estados Unidos também tiveram um quadro parecido com o nosso, voltado a desinformação através de redes sociais. Além disso, outra preocupação é que a agência do governo aumentou a vigilância sobre os usuários.

A China também é um dos destaques negativos do relatório, sendo o país que confirmou o status de “maior abusador da liberdade de internet no mundo”. A região é reconhecida como controladora do que seus cidadãos podem ou não acompanhar na rede.

Positivo

A boa notícia fica por conta da Etiópia. O país teve um avanço forte no setor, quando o primeiro-ministro Abiy Ahmed lançou reformas para retirar restrições de internet. No total, 206 sites foram desbloqueados no país, sendo que parte deles fazia críticas ao governo.

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A Islândia aparece no topo da lista como o melhor protetor da liberdade na internet no mundo. O país não registrou sequer um caso de crime contra expressão online de seus cidadãos.

Método

O trabalho buscou encabeçar ao menos 70% do total de usuários de internet no mundo. Ao todo, 70 analistas participaram da análise dos dados obtidos em resposta a um questionário de 21 questões sobre acesso à internet, liberdade de expressão e privacidade.

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O estudo completo está disponível no site do Freedom on the Net

Fonte: Freedom on the Net (1) (2)