Spotify atualiza regras e proíbe que terceiros treinem IA com dados do streaming
Por João Melo • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

O Spotify divulgou, em 27 de agosto, atualizações em suas políticas e diretrizes. Uma das mudanças anunciadas refere-se à proibição de terceiros treinarem modelos de inteligência artificial (IA) com dados disponibilizados no serviço de streaming.
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A empresa afirma, em suas Diretrizes do Usuário (spotify.com), que deixa de ser permitido realizar “rastreamento” ou “raspagem” — manualmente ou com ferramentas automatizadas — de conteúdos e perfis da plataforma.
O texto destaca que a proibição incide principalmente sobre a coleta de informações para “treinar um modelo de aprendizado de máquina ou IA ou, de outra forma, ingerir conteúdo do Spotify em um modelo de aprendizado de máquina ou IA”.
Na prática, essa atualização impede que músicas e perfis da plataforma de streaming sejam explorados para fornecer dados a ferramentas de inteligência artificial sem autorização prévia.
Treinamento de modelos algorítmicos pelo Spotify
Outra alteração relacionada à IA foi identificada na Política de Privacidade (spotify.com), especificamente no tópico “Nossa finalidade ao usar seus dados pessoais”.
Neste trecho, a empresa ressalta que dados do usuário, como histórico de uso e pesquisa, e até interações de voz, podem ser usados para desenvolver novos recursos e melhorias para os serviços.
“Isso inclui o desenvolvimento e o treinamento de modelos algorítmicos e de aprendizado de máquina, que nos ajudam a manter nosso serviço seguro e a aprimorar a experiência de nossos usuários”, informa o texto.
A política ainda destaca que essas informações podem ser utilizadas para “construir recursos de IA, como AI DJ e AI playlist”.
Nos Termos e Condições de Uso (spotify.com), o Spotify reforça que quaisquer interações de criadores e usuários na plataforma concedem à empresa uma licença ampla sobre o conteúdo enviado.
“Consequentemente, ao enviar Conteúdo do Usuário ao Serviço, você concede ao Spotify uma licença não exclusiva, transferível, sublicenciável, isenta de royalties, totalmente paga e mundial para reproduzir, disponibilizar, comunicar ao público, executar e exibir, traduzir, modificar, criar trabalhos derivados e, de outra forma, usar o Conteúdo do Usuário em conexão com a operação do Serviço, a promoção, a publicidade ou o marketing do Serviço e a operação dos negócios do Spotify”, informa o texto.
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