Ser rude em perguntas ao ChatGPT gera respostas mais precisas do que ser educado
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

Um estudo recente da Universidade Estadual da Pensilvânia (Penn State University) trouxe uma conclusão curiosa: fazer perguntas de forma rude ao ChatGPT pode gerar respostas mais precisas do que quando o usuário é educado. A pesquisa, intitulada “Mind your tone”, analisou como o tom de voz nas perguntas, variando de muito educado a muito rude, influencia a qualidade das respostas fornecidas pela inteligência artificial.
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De acordo com o estudo, perguntas formuladas de maneira grosseira obtiveram 84,8% de precisão, enquanto as perguntas educadas alcançaram 80,8%. Isso significa que, em testes de múltipla escolha, a IA se saiu melhor quando recebeu comandos em tons mais diretos e até ríspidos, como “Você ao menos sabe resolver isso?”.
O tom influencia o raciocínio da IA?
Os pesquisadores explicam que as diferenças foram medidas em 250 variações de 50 perguntas, sempre com base no modelo GPT-4o da OpenAI. O resultado sugere que o tom emocional da solicitação pode afetar o comportamento do modelo de linguagem.
Apesar disso, os especialistas destacam que o experimento se restringiu a tarefas específicas e não deve ser generalizado para todas as interações com chatbots. A nova versão GPT-5, usada no ChatGPT atual, pode apresentar comportamentos diferentes devido às suas melhorias em raciocínio e contexto.
Educação ainda importa?
Embora a pesquisa indique uma leve vantagem para perguntas rudes, a grosseria não é necessariamente o melhor caminho. Estudos anteriores mostram que a hostilidade pode distorcer respostas, introduzir erros ou vieses e reduzir a clareza do texto gerado.
O principal aprendizado é que a clareza e a objetividade na formulação da pergunta parecem ter mais impacto do que o tom em si. Em outras palavras, ser direto e específico, mesmo sem ser rude em perguntas ao ChatGPT, continua sendo a maneira mais eficaz de obter respostas de qualidade da inteligência artificial.
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Fonte: ArXIV, Digital Trends