Sam Altman financia startup biomédica para ler cérebro humano com ondas sonoras
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti | •

O CEO da OpenAI, Sam Altman, agora mira um território ainda mais ambicioso: o cérebro humano. O executivo está financiando uma nova startup biomédica chamada Merge Labs, dedicada a desenvolver uma interface cérebro-computador (BCI) baseada em ultrassom (ondas sonoras com frequências acima de 20.000 Hz, inaudíveis para humanos), uma tecnologia que promete “ler” o cérebro sem a necessidade de implantes invasivos.
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A empresa ainda não foi oficialmente anunciada, mas já chamou atenção pela contratação de Mikhail Shapiro, renomado engenheiro biomolecular do Caltech, conhecido por suas pesquisas em métodos não invasivos de monitoramento cerebral.
Ao contrário da abordagem cirúrgica usada pela Neuralink, de Elon Musk, o foco de Merge Labs é usar ondas sonoras para interpretar a atividade neural de forma segura e acessível.
Rivalidade com Elon Musk e ambição de “pensar com a IA”
A disputa entre Altman e Musk, ambos pioneiros da tecnologia moderna, ganhou um novo capítulo. Durante uma palestra em julho, Altman afirmou que “definitivamente não costuraria algo no meu cérebro”, criticando os riscos neuronais dos implantes da Neuralink. Ainda assim, ele defende a integração entre mente e IA, desde que de forma não invasiva.
“Eu gostaria de poder pensar em algo e o ChatGPT responder a isso”, disse Altman, acrescentando que talvez prefira um modo “somente leitura”, no qual a IA interpretaria os pensamentos sem interferir neles.
O futuro da fusão homem-máquina
O nome Merge faz referência à ideia popular no Vale do Silício de que humanos e máquinas eventualmente se “fundirão”. Altman já escreveu sobre o tema em 2017, prevendo que essa integração poderia ocorrer entre 2025 e 2075.
De acordo com o Financial Times, a startup biomédica de Sam Altman planeja captar US$ 250 milhões em investimentos, incluindo aporte da própria OpenAI, com uma avaliação de US$ 850 milhões. Embora Altman não invista pessoalmente nem atue no dia a dia do projeto, sua visão de unir o pensamento humano à IA pode redefinir os limites da tecnologia e da própria mente.
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