Robôs e inteligência artificial vão controlar os seres humanos, prevê ex-Google
Por Gustavo Minari • Editado por Douglas Ciriaco |
Em uma entrevista recente ao jornal The Times, um ex-executivo da organização Moonshot, do Google — que na época se chamava Google X — fez um alerta no mínimo perturbador. Ele disse que a singularidade está se aproximando e, com ela, uma grande ameaça para a humanidade.
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Mohammed Gawdat acredita que sistemas conhecidos como inteligência artificial geral (AGI na sigla em inglês), parecidos com a Skynet, do filme Exterminador do Futuro, são inevitáveis e representam um perigo real, deixando as pessoas mais perto de um apocalipse gerado por máquinas poderosas.
“Em futuro não muito distante, esse cenário hipotético pode se transformar em realidade. A inteligência artificial onipresente se tornará a forma dominante de inteligência no planeta, com programas de computador e robôs assumindo o controle dos humanos”, prevê Gawdat.
Revelação
Ele tomou consciência dessa possibilidade assustadora enquanto trabalhava com desenvolvedores de IA no projeto Google X para construir braços robóticos capazes de reconhecer e pegar uma bolinha de brinquedo. Segundo Gawdat, após um desenvolvimento gradual, um desses braços agarrou a bola e a exibiu para os pesquisadores de maneira incrivelmente arrogante.
“De repente eu percebi que isso é realmente assustador e essa atitude do robô me congelou completamente. Em apenas alguns dias, ele aprendeu a fazer algo que crianças geralmente levam dois anos aprender. Então, eu me dei conta que, na realidade, estávamos criando Deus”, lembra Gawdat.
Cenário apocalíptico
Gawdat não é o único preocupado com esse futuro sombrio. A aquisição de sistemas autônomos é um conceito central, frequentemente discutido no campo da inteligência artificial. O bilionário fundador da Tesla, Elon Musk, já fez alertas parecidos sobre os perigos da IA algum dia dominar a humanidade.
Esse cenário devastador já foi amplamente propagado no cinema em filmes como Matrix, Vingadores: A Era de Ultron e Eu, robô, em que um sistema neural centralizado de inteligência artificial deduz que a raça humana não é boa para a Terra e inventa um ser para erradicar todos os humanos do planeta.
Longe das telas, algoritmos de reconhecimento facial usados pela polícia já causaram danos reais em comunidades mais pobres. Sistemas autônomos de IA continuam a disseminar atitudes racistas e preconceituosas de seus programadores em diversas áreas da sociedade.
“Estamos lidando com um perigo iminente e real. Depois de instalada, essa tecnologia tem a capacidade e a velocidade de aprender como nenhum outro ser humano, abrindo um espaço gigantesco para assumir o controle de tudo e de todos em um curto espaço de tempo”, encerra Mohammed Gawdat.
Fonte: The Times