Jovens acham que IA ajuda reduzir estresse no estudo, mas temem resposta errada
Por Melissa Cruz Cossetti | •

Uma pesquisa em uma plataforma de inteligência artificial voltada para estudantes revela que nove em cada 10 jovens acham que a Inteligência Artificial (IA) os ajudou a reduzir o estresse em períodos mais intensos de estudo, principalmente em época de avaliações, provas e entregas de projetos – sejam esses individuais ou em realizados em grupo. Contudo, ainda temem receber respostas erradas, sendo este um fator de preocupação.
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A pesquisa é da Emy Education, que oferece uma IA que aprende com o conteúdo da instituição (cliente), responde dúvidas, treina e testa os alunos com quizzes e flashcards e também recomenda materiais de estudo personalizados para cada aluno que é usuário.
“Descobrimos que nos últimos seis meses, quase 96% dos nossos entrevistados usaram inteligência artificial para aprender algo novo”, disse José Messias Jr., fundador da Emy.
Quando questionados sobre “qual o principal papel que a IA deve ter na aprendizagem de jovens?”, 86,8% responderam que “a IA deve ser uma ferramenta de apoio e respostas rápidas”. Outras duas das principais demandas dos alunos ouvidos foram: “uma IA que atue com um mentor personalizado” e ainda “uma IA que ajuda a automatizar tarefas repetitivas”.
Medo de respostas erradas
Mesmo que entusiastas dos recursos oferecidos pelas IAs, quando perguntados sobre quais fatores os impedem de usar a inteligência artificial com mais frequência, quase 60% indicou o óbvio: “o medo de receber respostas erradas ou muito distorcidas”. Outros 35% apontaram que o maior receio é a “falta de contexto e personalização das respostas”.
“Nossa pesquisa revela uma dimensão ainda pouco explorada no debate público. Basicamente, os jovens nativos digitais conseguem lidar com a IA sem preterir dos professores ou mesmo de outras mídias em seu processo de estudo”, diz José Messias Jr..
Quem são esses jovens?
De acordo com a plataforma, a pesquisa foi feita de março até o final de agosto de 2025 e contemplou ao menos um período intenso de estudos, como o final do primeiro semestre.
Foram ouvidos, por questionário, mais de 500 jovens com idade entre 16 e 24 anos, todos estudantes de nível médio e superior. Entre os alunos do ensino médio, a maior parte é da rede pública. No ensino superior, quase 85% dos respondentes são de instituições privadas.
“A maior parte dos respondentes, em torno de 32%, integra famílias com renda mensal abaixo de R$ 3.500 mensais, portanto, a classe D, segundo o IBGE. Na sequência estão os estudantes com renda familiar até R$ 8.000 por mês, com 31,40% dos respondentes. O contingente do topo da pirâmide social - renda familiar superior a R$ 25 mil por mês - foi pouco engajado e representou apenas: 1,60% das respostas”, explicou a Emy Education.
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Fonte: Agência Brasil e Emy Education