Painel de especialistas independentes vai verificar se OpenAI atingiu a AGI
Por João Melo • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

OpenAI e Microsoft anunciaram, nesta terça-feira (28), uma revisão no contrato de parceria entre as empresas. Uma das atualizações prevê que um painel de especialistas será responsável por verificar se a OpenAI atingiu a inteligência artificial geral (AGI).
- OpenAI conclui reestruturação para se tornar uma empresa com fins lucrativos
- OpenAI disse que vai liberar aplicativos +18 assim que ajustar controle de idade
- Pesquisadores questionam como aplicativo do Sora se encaixa na missão da OpenAI
O anúncio foi feito no contexto da recapitalização da OpenAI, que agora passa a operar com uma organização sem fins lucrativos, chamada OpenAI Foundation, e uma empresa com fins lucrativos, denominada OpenAI Group PBC. Nessa nova configuração, a Microsoft ficou com 27% das ações da companhia — cerca de US$ 135 bilhões.
“Depois que a AGI for declarada pela OpenAI, essa declaração será verificada por um painel de especialistas independentes”, informam OpenAI e Microsoft em comunicado conjunto.
A alteração adiciona uma nova camada de revisão sobre a próxima fase da IA, já que o acordo anterior previa que apenas a empresa de Sam Altman determinaria quando teria alcançado a AGI.
No entanto, não foram divulgados os nomes dos especialistas responsáveis pela avaliação, nem quais critérios serão utilizados para verificar se a AGI, de fato, foi alcançada.
Direitos de propriedade intelectual da Microsoft
As novas diretrizes da parceria também definem que os direitos de propriedade intelectual da Microsoft sobre pesquisas — incluindo os métodos utilizados no desenvolvimento de modelos e sistemas de IA — permanecerão vigentes até que especialistas verifiquem o atingimento da AGI ou até 2030, o que ocorrer primeiro.
“A propriedade intelectual sobre pesquisa não inclui arquitetura de modelo, pesos de modelo, código de inferência, código de ajuste fino ou qualquer propriedade intelectual relacionada a hardware e software de data center; e a Microsoft retém esses direitos de propriedade intelectual não relacionados à pesquisa”, destacam as companhias.
Por outro lado, a revisão do acordo estabelece que a Microsoft mantém os direitos de propriedade intelectual sobre modelos de IA e produtos até 2032. Essa extensão inclui tecnologias desenvolvidas após a eventual chegada da AGI, com proteções de segurança apropriadas.
Busca da Microsoft pela AGI
O novo acordo também determina que a empresa fundada por Bill Gates poderá buscar atingir a inteligência artificial geral de forma independente, inclusive em parcerias com terceiros.
Contudo, se a Microsoft usar a propriedade intelectual da OpenAI para desenvolver a AGI antes que ela seja declarada e validada pelo painel de especialistas, os produtos deverão respeitar limites computacionais previamente definidos. Ainda assim, esses limites seriam “significativamente maiores” do que os usados no treinamento dos principais modelos atuais de IA.
O acordo de divisão de receitas entre as empresas permanece em vigor até que os especialistas independentes verifiquem a AGI, embora os pagamentos possam ser realizados em um período mais longo.
“À medida que avançamos neste próximo capítulo da nossa parceria, ambas as empresas estão melhor posicionadas do que nunca para continuar a desenvolver excelentes produtos que atendam às necessidades do mundo real e criem novas oportunidades para pessoas e empresas”, concluem as companhias no comunicado.
Leia mais:
- Pesquisa revela que marketing da OpenAI para ChatGPT não vende bem a ideia da IA
- OpenAI | Centenas de milhares no ChatGPT apresentam sinais de crise toda semana
-
1º processo por homicídio culposo envolvendo IA acusa OpenAI em caso de suicídio
VÍDEO | Cuidado com o que você pede para o ChatGPT
Fonte: OpenAI