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O que é a teoria da internet morta e por que Sam Altman deu prazo de três anos

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Reprodução/OpenAI/YouTube
Reprodução/OpenAI/YouTube

Um conceito que afirma que não apenas a produção de conteúdos na internet, mas também grande parte das interações relacionadas a eles, são geradas por bots e inteligência artificial (IA). Em resumo, essa é a chamada teoria da internet morta, que vem ganhando força nos últimos anos, chegando a ser citada até mesmo por Sam Altman, CEO da OpenAI.

De forma mais aprofundada, a teoria sugere que a internet passou a ser dominada por robôs que curtem, comentam e compartilham conteúdos. Esses conteúdos, por sua vez, muitas vezes já são produzidos de forma automática por ferramentas de IA, resultando em uma diminuição significativa das interações humanas nas plataformas digitais.

Assim, a teoria aponta que não apenas os bots, mas também os sistemas de inteligência artificial, têm o poder de influenciar o que consumimos e até manipular nossos comportamentos.

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Bots e IAs nas redes sociais

Os defensores da teoria da internet morta baseiam-se principalmente em exemplos vindos de redes sociais como X (antigo Twitter), Facebook, Instagram e TikTok. Nessas plataformas, bots são amplamente utilizados para gerar engajamento em postagens e até influenciar discussões políticas, sendo muitas vezes quase indistinguíveis de perfis de pessoas reais.

Além disso, há uma proliferação de conteúdos gerados por inteligência artificial nessas redes, frequentemente impulsionados pelos próprios robôs voltados ao engajamento.

Relatórios recentes reforçam essa tendência. Um estudo (arxiv.org) publicado em 2024 por pesquisadores da Amazon Web Services (AWS) aponta que 57% dos conteúdos publicados na internet são gerados por IA ou traduzidos por ferramentas de IA.

Já um relatório da empresa de segurança cibernética Imperva (imperva.com) indica que, enquanto em 2021 42,3% do tráfego na internet era gerado por bots, em 2023 esse número subiu para 49,6%.

O levantamento alerta que, caso essa tendência continue, conteúdos de IA e interações automatizadas poderão superar os gerados por humanos em aproximadamente três anos.

Sam Altman levando a teoria a sério

O X é uma das redes sociais onde o aumento de interações de robôs é mais perceptível — algo que chamou a atenção até mesmo de Sam Altman, CEO da OpenAI, responsável pelo ChatGPT.

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"Nunca levei a teoria da internet morta tão a sério, mas parece que agora há muitas contas do Twitter administradas pelo LLM", escreveu Altman em um post no X.

Quanto aos conteúdos gerados por IA, há também um movimento de usuários que preferem usar plataformas como ChatGPT e Gemini para realizar buscas na internet, em vez do Google. O próprio Altman revelou adotar essa prática.

“Não uso mais o Google. Não sei dizer exatamente quando foi a última vez que fiz uma pesquisa no Google”, disse o CEO da OpenAI em um encontro com jornalistas em São Francisco, em agosto de 2025.

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Ainda não é possível afirmar que a internet “morreu” e que a participação humana na criação de conteúdo e interações seja minoritária no ambiente digital. No entanto, os debates em torno da proliferação de bots e conteúdos gerados por IA mostram-se cada vez mais urgentes com o avanço dessas tecnologias.

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Fonte: Windows CentralThe Verge; UFSM