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No futuro, um robô poderá ser o seu advogado; entenda por que isso é bom

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 11 de Agosto de 2021 às 12h31

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Johnstocker/Envato
Johnstocker/Envato

Você gostaria de ter um robô como advogado? Pesquisadores da Universidade do Oregon, nos EUA, acreditam que essa ideia pode se tornar realidade para pessoas que não têm condições financeiras para pagar por uma assessoria jurídica básica, sendo obrigadas a arcar coma as despesas judiciais ou renunciar aos seus direitos.

O estudo feito em parceria com a MITRE, uma organização sem fins lucrativos dedicada à pesquisa e desenvolvimento, mostra que algumas funções rotineiras, como análise de documentos jurídicos, pesquisa de casos antigos e até aconselhamento de clientes, poderiam ser realizadas por sistemas de inteligência artificial (IA).

“Embora isso possa ser uma má notícia para os advogados do futuro, pode ser ótimo para seus futuros clientes — especialmente aqueles que têm problemas para obter assistência jurídica em processos corriqueiros e menos complexos”, diz a professora de direito Elizabeth Tippett, autora principal do estudo.

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Processo de aprendizagem

Para que o algoritmo fosse capaz de “ler” processos judiciais, os pesquisadores tiveram que ensinar a máquina a interpretar citações. “Esses trechos são muito fáceis para um humano distinguir e separar do resto do texto, mas não funciona assim para um software de aprendizado de máquina, que costuma tropeçar na tempestade de pontuação dentro e fora da citação”, explica Tippet.

Outro obstáculo foi encontrar uma metodologia adequada para automatizar o sistema de pesquisa jurídica. Para resolver o problema, cientistas do MITRE utilizaram um esquema de análise gráfica para criar redes visuais de citações legais, permitindo uma avaliação mais detalhada sobre pontos específicos de cada texto.

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“Se você fosse um advogado respondendo às instruções da outra parte, normalmente teria que pesquisar laboriosamente os casos certos para citar usando um banco de dados caro. Mas nossa pesquisa sugeriu que poderíamos construir um banco de dados com um software que diria aos advogados apenas os melhores casos para citar”, acrescenta Tippet.

Advocacia 2.0

A ideia dos sistemas de automação não é substituir o trabalho do advogado, mas sim aperfeiçoá-lo, para que o profissional tenha tempo de se preocupar com questões mais importantes em vez de passar horas vasculhando banco de dados ou redigindo petições. Dessa forma, seria possível reduzir o custo dos serviços jurídicos, tornando-os mais acessíveis a quem não pode pagar.

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Uma automação parcial dos processos significa que um advogado sobrecarregado com várias ações poderia ter mais tempo para aceitar novos casos, desafogando todo o sistema judiciário e reduzindo o tempo de espera por um veredito definitivo. Além disso, redes neurais especializadas podem dar mais representatividade judicial a quem precisa se apresentar diante de um tribunal.

“Há uma safra abundante de startups de tecnologia querendo automatizar vários tipos de trabalhos jurídicos. Embora nossa máquina de atalho para pesquisa de processos esteja em sua fase inicial, ferramentas poderosas como ela podem não estar muito longe da realidade para um número crescente de pessoas”, completa a professora Tippett.

Fonte: The Conversation