"Momento Sora" é marcado por violações de direitos autorais, deepfake e confusão
Por João Melo • Editado por Melissa Cruz Cossetti | •

A OpenAI anunciou, na última terça-feira (30), o Sora 2, que veio acompanhado da estreia do aplicativo Sora. Desde seu lançamento, o uso da plataforma tem sido marcado por polêmicas envolvendo possíveis violações de direitos autorais, criação de deepfakes e utilização de imagens de terceiros na geração de vídeos por inteligência artificial (IA).
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Um dia antes do lançamento oficial, o The Wall Street Journal noticiou que, a menos que detentores de direitos autorais optassem explicitamente por bloquear o uso de suas obras, a plataforma continuaria a disponibilizar conteúdos protegidos para os usuários.
Alguns relatos indicam que pessoas tentaram criar vídeos com personagens como Darth Vader e Mickey, mas tiveram os pedidos rejeitados. Isso sugere que a Disney, que detém a propriedade intelectual desses personagens, bloqueou o uso deles dentro da plataforma.
No entanto, outros personagens ainda podem ser usados em criações dentro da nova rede social. Já circulam vídeos com Sonic, Pikachu, Ronald McDonald e até mesmo os personagens de Rick and Morty ao lado de Sam Altman — CEO da OpenAI.
Deepfakes no Sora
Uma das principais características do Sora é a possibilidade de criar e compartilhar deepfakes. A rede social inclui um recurso chamado “cameos”, que permite que usuários insiram sua própria imagem em qualquer cena disponível para gerar vídeos.
Os usuários podem configurar quem está autorizado a criar cameos com sua imagem: apenas eles mesmos, pessoas aprovadas, amigos em comum ou qualquer pessoa na plataforma. Esse recurso, porém, abre espaço para que múltiplos deepfakes sejam criados usando imagens de outras pessoas.
A OpenAI informou que imagens de celebridades e figuras governamentais não podem ser utilizadas sem consentimento, a menos que elas próprias façam o upload e autorizem o uso.
Sam Altman, CEO da empresa, deu essa permissão — e usuários aproveitaram para inseri-lo em situações inusitadas, como:
Roubando artes de Hayao Miyazaki, cofundador do Studio Ghibli, dentro da sede do estúdio japonês
Vestido de gato e imitando o animal
Cantando dentro de um vaso sanitário
Outras restrições dentro do app
Segundo a OpenAI, o aplicativo inclui mecanismos de proteção para bloquear conteúdos inseguros ou prejudiciais antes da publicação.
“Isso inclui restrições a conteúdo sexual, violência gráfica envolvendo pessoas reais, propaganda extremista, discurso de ódio e qualquer material que promova automutilação ou transtornos alimentares”, informou a empresa em comunicado.
A companhia também informou que estabeleceu um limite de quantos conteúdos os adolescentes podem ver diariamente, além de restrições mais rígidas a este grupo de usuários.
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Fonte: OpenAI; Gizmodo; The Wall Strees Journal