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Militares dos EUA estão usando gamers para treinar IA de robôs

Por| 11 de Fevereiro de 2020 às 10h11

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Digital Trends
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Se você tem 35 anos ou mais, provavelmente vai se lembrar de um filme chamado O Último Guerreiro das Estrelas, uma típica aventura sci-fi da Sessão da Tarde em que um jovem gamer era recrutado por alienígenas para usar suas aptidões nos controles em uma batalha intergalática. Bem, um projeto militar dos Estados Unidos vem realizando algo semelhante com fãs de Starcraft e Stellaris.

A iniciativa da Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) usa um jogo de estratégia desenvolvido pela Universidade de Buffalo para coletar dados das ondas cerebrais de 25 participantes. A equipe de cientistas recebeu uma verba de US$ 316 mil para construir um avançado sistema de inteligência artificial (IA), que usa exatamente as informações captadas nas mentes dos usuários, que ficam com diversos cabos conectados à cabeça.

No estudo, cada rodada do título de estratégia em tempo real (ou RTS, na sigla em inglês) dura de cinco a dez minutos. Enquanto eles jogam, os movimentos oculares são rastreados por câmeras especiais de ultravelocidade, capazes de registrar exatamente como os olhos respondem ao que estão fazendo. Tudo isso é levado para algoritmos e aprendizado de máquina.

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Objetivo é criar uma “IA de enxame”

O principal interesse dessa pesquisa é a chamada “inteligência de enxame”, um ramo da ciência da computação que remonta ao final dos anos 80 e aborda o comportamento coletivo de sistemas descentralizados e auto-organizados, virtuais e robóticos. "A cada dai ficam mais populares muitas aplicações diferentes que, em vez de usar um robô de US$ 1 milhão, podem ser feitas por um grande número de robôs mais baratos, que podem, ser usados no solo, no ar ou em uma combinação dos dois”, explica Souma Chowdhury, professor assistente de engenharia mecânica e aeroespacial na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas dos Estados Unidos.

Os pesquisadores esperam acabar com uma IA que possa orientar as ações de grupos de 250 robôs no solo e no ar, dando à frota capacidade de navegar autonomamente em ambientes imprevisíveis. O maior problema dos atuais programas de treinamento de IA, segundo Chowdhury, são relacionados aos algoritmos determinísticos, que, no final das contas, podem apresentar sempre os mesmo resultados.

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"Os humanos podem apresentar estratégias muito únicas que uma IA pode nunca aprender”, comenta. Por enquanto, o projeto ainda está nas fases iniciais — mas quem diria que aquele filme da Sessão da Tarde lá nos anos 80 poderia, de certa forma, inspirar a realidade, não?

Fonte: Digital Trends