Meta, Google e Microsoft triplicam aposta em IA — lucram, mas gastos são recorde
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti | •

As principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos reforçaram que a inteligência artificial (IA) segue como prioridade absoluta. Meta, Google e Microsoft apresentaram resultados financeiros fortes e, ao mesmo tempo, anunciaram planos de investimento ainda maiores em infraestrutura e talentos ligados à IA, triplicando suas apostas. O cenário de investimentos extravagantes levanta dúvidas sobre o ritmo dessa corrida tecnológica.
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As três companhias divulgaram faturamentos elevados no último trimestre. A Meta cresceu 26% ano a ano, ultrapassando US$ 51 bilhões. O Google registrou mais de US$ 102 bilhões, um avanço de 33%. Já a Microsoft atingiu US$ 77 bilhões, alta de 18%.
O desempenho sugere que os negócios principais (publicidade digital no caso de Meta e Google, e computação em nuvem para Microsoft) continuam saudáveis. Porém, o destaque ficou para os planos de investimento em IA.
A Meta ampliou sua previsão de gastos para este ano, chegando a até US$ 72 bilhões, e indicou que 2026 deve ser ainda mais intenso. O Google também elevou seu orçamento, chegando a uma faixa entre US$ 91 bilhões e US$ 93 bilhões. A Microsoft, por sua vez, aumentou seus desembolsos em infraestrutura de IA e prevê expansão contínua.
Contratações, reorganizações e metas ambiciosas
As empresas também reforçaram suas estruturas internas. A Meta segue contratando especialistas e investindo em startups de IA, além de reorganizar e até reduzir equipes em busca de eficiência. Microsoft e Google, por outro lado, focam em ampliar centros de dados, chips e parcerias para ampliar sua capacidade computacional.
Em comum, todas sustentam que a IA já traz benefícios, como maior eficiência em anúncios, crescimento na nuvem e novos produtos para usuários, embora muitas dessas aplicações ainda sejam apresentadas sem detalhes completos.
O que dizem os líderes
Apesar das preocupações no mercado, os líderes das empresas reforçam que o momento exige ousadia. Mark Zuckerberg afirmou que a Meta já vê efeitos positivos da inteligência artificial nos seus negócios principais, o que aumenta a confiança em acelerar investimentos:
É bem cedo, mas acho que estamos vendo retornos no negócio principal. Isso nos dá muita confiança de que devemos investir muito mais, e queremos garantir que não estamos investindo pouco. Acho que a estratégia certa é investir agressivamente desde já na construção de capacidade, para estarmos preparados para os cenários mais otimistas.
No lado da Microsoft, a visão também é de expansão contínua com ajustes progressivos na infraestrutura. A CFO Amy Hood destacou que o ritmo de gastos deve continuar aumentando, afirmando que o crescimento será maior em 2026 do que em 2025. Satya Nadella reforçou que os investimentos são graduais e acompanhados de modernização constante: “A cada ano você compra, aproveita a Lei de Moore, moderniza continuamente e usa software para aumentar a eficiência", afirmou. A postura indica planejamento de longo prazo e confiança de que a demanda por IA seguirá crescendo.
Futuro da IA: confiança, competição e dúvidas
Então a projeção é que antecipar investimentos é essencial, especialmente diante da possibilidade de avanços rápidos na tecnologia de inteligência artificial. A estratégia privilegia capacidade instalada e velocidade de inovação.
Ao mesmo tempo, cresce o questionamento sobre quando, e em que escala, os benefícios econômicos da IA serão plenamente visíveis. A combinação de altos lucros, gastos sem precedentes e reorganizações internas mostra uma indústria em expansão, mas ainda ajustando suas apostas.
O cenário atual aponta para um consenso entre as grandes empresas de tecnologia, como Google, Meta e Microsoft: a corrida pela IA está apenas no começo. O ponto de atenção é acompanhar se a evolução do mercado acompanhará o ritmo dos investimentos.
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