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IAs que geram imagens estão sendo usadas para falsificar recibos e notas fiscais

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Imagem gerada pelo ChatGPT
Imagem gerada pelo ChatGPT

Antes, a geração de documentos falsos, como recibos e notas fiscais, demandava conhecimento técnico em edição de imagens. Mas, com a popularização das inteligências artificiais (IA) capazes de gerar imagens, tudo o que os usuários precisam é de um prompt detalhado e alguma referência — e essa mudança já está sendo percebida.

Empresas relatam que, cada vez mais, funcionários têm usado IA para falsificar recibos de despesas. Um dado da AppZen, fintech que oferece soluções de IA para processos financeiros, exemplifica essa tendência.

De acordo com a companhia, recibos falsos gerados por IA já representam cerca de 14% dos documentos fraudulentos enviados em setembro às empresas que utilizam seus serviços. Em 2024, não havia nenhum registro desse tipo.

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Outra plataforma de gerenciamento de despesas, a Medius, relatou em uma pesquisa que 30% dos profissionais financeiros dos Estados Unidos e do Reino Unido observaram um aumento de recibos falsificados após o lançamento do recurso de geração de imagens do GPT-4o, em março de 2025.

“Esses recibos ficam tão bons que dizemos aos nossos clientes: ‘Não confiem nos seus olhos’”, disse ao Financial Times Chris Juneau, vice-presidente sênior e chefe de marketing de produtos da SAP Concur, plataforma que oferece soluções de gestão de despesas e faturas.

Uma pesquisa apresentada pela SAP em julho de 2025 revelou que cerca de 70% dos diretores financeiros de empresas que usam a plataforma acreditam que seus funcionários utilizam IA para falsificar despesas de viagens e recibos. Outros 10% disseram ter certeza de que isso, de fato, aconteceu.

Combatendo as fraudes com a própria IA

O aumento dos recibos gerados por IA também tem causado um efeito contrário nas empresas, que passaram a utilizar softwares baseados em IA para detectar documentos falsificados com mais eficiência do que os olhos humanos.

Essas ferramentas escaneiam os recibos para analisar metadados da imagem, identificando se ela foi criada artificialmente. O sistema também considera detalhes como repetições em nomes, horários e padrões visuais.

“A tecnologia pode observar tudo com alto nível de foco e atenção, enquanto os humanos, após algum tempo, deixam passar algumas coisas — afinal, são humanos”, destacou ao Financial Times Calvin Lee, diretor sênior de gestão de produtos na Ramp, plataforma de automação financeira.
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Fonte: Financial Times