Foto de cidade em chamas feita no ChatGPT torna-se evidência em caso de incêndio
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

Na última quarta-feira (8), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) anunciou a prisão de Jonathan Rinderknecht, de 29 anos, suspeito de ter iniciado um incêndio em Los Angeles. Entre as provas reunidas pelos promotores está uma imagem gerada com o ChatGPT, descrita como uma “pintura distópica mostrando uma cidade em chamas e pessoas fugindo”. Segundo as autoridades, o suspeito teria criado a arte alguns meses antes do incêndio, o que levantou suspeitas sobre suas intenções.
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De acordo com o DOJ, Rinderknecht, também conhecido como “Jonathan Rinder” ou “Jon Rinder”, foi acusado de destruição de propriedade por meio de fogo. O incêndio começou na madrugada de 1º de janeiro de 2025, após o suspeito ter trabalhado como motorista de aplicativo na véspera de Ano Novo.
Durante a investigação, além da imagem gerada com o ChatGPT, também foram coletados vídeos gravados pelo próprio Rinderknecht, dados de geolocalização de seu celular, e testemunhos de passageiros que relataram seu comportamento agitado naquela noite. Ainda conforme a denúncia, o acusado chegou a pesquisar no ChatGPT: “Você é culpado se um incêndio começar por causa do seu cigarro?”, pouco após o início das chamas.
"Embora não possamos desfazer o dano e a destruição causados, esperamos que sua prisão e as acusações apresentadas tragam alguma medida de justiça às vítimas dessa horrível tragédia", anunciou o procurador Bill Essayli, no X:
O incêndio
As autoridades explicaram que o primeiro foco foi inicialmente controlado. No entanto, o fogo continuou queimando subterraneamente, alimentado por raízes e vegetação. Com os ventos fortes, o incêndio reacendeu e se espalhou rapidamente, consumindo mais de 9.308 hectares entre Pacific Palisades, Topanga e Malibu.
Justiça e consequências legais
Rinderknecht foi preso na Flórida e deverá responder por crime federal. Caso seja condenado, pode pegar de cinco a 20 anos de prisão. O caso continua em andamento, e o DOJ reforça que o réu é considerado inocente até prova em contrário. A investigação foi conduzida pela ATF (Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives), com apoio da Polícia de Los Angeles e do Serviço Florestal dos EUA.
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Fonte: DOJ