Publicidade

Definição de copyright é usada em processo de dicionário contra a própria IA

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

Compartilhe:
André Magalhães/Canaltech
André Magalhães/Canaltech

A Enciclopédia Britannica, responsável pelo dicionário Merriam-Webster, alega que a Perplexity está usando ilegalmente conteúdos protegidos por copyright para gerar respostas aos usuários, e entrou com um processo contra a empresa de IA no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, na última quinta-feira (11).

No processo, a Britannica afirma que o mecanismo de respostas da Perplexity elimina os cliques em seus sites ao mesmo tempo em que faz uma “cópia massiva” e ilegal de conteúdos para gerar respostas publicadas em sua própria plataforma.

“Essas respostas, ou ‘outputs’, muitas vezes são reproduções literais ou quase literais, resumos ou compilações do conteúdo original, incluindo obras protegidas por direitos autorais dos Autores”, destaca a Britannica.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Três tipos de violação de direitos autorais

A Britannica alega que a Perplexity viola os direitos autorais de sua plataforma, de acordo com a Lei de Direitos Autorais, em três etapas:

  • Curadoria: quando coleta e organiza conteúdos para fornecer respostas;
  • Entrada: quando copia artigos protegidos pela lei e os utiliza em seu sistema;
  • Saída: quando gera respostas muito semelhantes às da plataforma da enciclopédia.

“Essas respostas muitas vezes contêm reproduções literais, totais ou parciais, dos artigos protegidos dos Autores. Outras vezes, as respostas da Perplexity são reformuladas em textos que se assemelham, parafraseiam ou resumem as obras protegidas dos Autores”, pontua o processo.

Processo cita “alucinações” da Perplexity

Outro ponto levantado é que a Perplexity gera conteúdos inventados — as chamadas “alucinações” — atribuindo a autores trechos de textos que, na verdade, não são deles.

A Britannica alega ainda que a ferramenta de IA viola a legislação ao exibir reproduções incompletas e imprecisas dos conteúdos, sem indicar as omissões, e que essas práticas revelam um “desprezo sistemático” da Perplexity pela propriedade intelectual de suas publicações.

“Com esta ação, os Autores buscam responsabilizar a Perplexity pelos danos substanciais que está causando e pelos lucros ilícitos que está obtendo ao infringir os direitos autorais e marcas registradas dos Autores, além de proteger o acesso contínuo do público a informações online de alta qualidade e confiabilidade”, afirma o processo.

Continua após a publicidade

Resposta da Perplexity

Jesse Dwyer, chefe de comunicação da Perplexity, classificou o processo movido pela Britannica como “hilário” e afirmou que as editoras tentam, há algum tempo, bloquear o avanço de tecnologias emergentes.

“Tudo isso é apenas um esforço desesperado da Britannica para salvar sua oferta pública inicial (IPO) fracassada, anunciada há mais de um ano e com zero chances de sucesso, em uma era em que os usuários mais uma vez demonstraram sua óbvia preferência por tecnologias modernas”, disse em contato com a CNET.

A empresa de IA também já foi acusada de utilizar ilegalmente conteúdos de veículos como The Wall Street Journal e The New York Post, além das plataformas japonesas Nikkei e Asahi Shimbun.

Continua após a publicidade

Leia mais: 

VÍDEO | ChatGPT, Perplexity, Claude, Gemini: qual escolher?

Continua após a publicidade

Fonte: CNET; Tribunal Distrital dos EUA

Seu resumo inteligente do mundo tech!Assine a newsletter do Canaltech e receba notícias e reviews sobre tecnologia em primeira mão.
*E-mail
*