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Computador baseado em luz da Microsoft pode tornar a IA 100 vezes mais eficiente

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Microsoft/Chris Welsch
Microsoft/Chris Welsch

Um computador da Microsoft baseado em luz para a realização de cálculos pode reduzir o consumo de energia da inteligência artificial (IA) e tornar essa tecnologia até 100 vezes mais eficiente. Os resultados das pesquisas relacionadas ao novo dispositivo foram divulgados em um estudo publicado na revista Nature.

O protótipo do computador óptico analógico (AOC, na sigla em inglês) foi descrito pelos pesquisadores da big tech como um novo paradigma da computação. A expectativa é de que, no futuro, ele consiga resolver problemas mais rapidamente e utilizando menos energia em comparação com os computadores modernos.

“O aspecto mais importante que o AOC oferece é que estimamos uma melhoria de cerca de cem vezes na eficiência energética. E isso por si só é inédito em hardware”, destacou Jannes Gladrow, pesquisador de IA da Microsoft, em uma postagem publicada pela empresa.

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Uso de micro-LEDs e sensores de câmera

O computador desenvolvido pelos pesquisadores da Microsoft usa micro-LEDs e sensores de câmera para realizar cálculos. O dispositivo utiliza luz e voltagens de diferentes intensidades para somar e multiplicar números.

O AOC resolve o mesmo problema repetidamente, aprimorando-se a cada iteração até atingir estabilidade nos resultados ou chegar à solução final.

Como não converte sinais analógicos em digitais durante os cálculos, o computador economiza energia e supera limitações de velocidade encontradas em máquinas atuais. Esse sistema o torna promissor para aplicações específicas em IA, mas não para o uso do público em geral.

Gêmeo digital

A equipe da Microsoft também desenvolveu o que chamou de “gêmeo digital”, um sistema computacional que imita os cálculos do AOC e pode ser ampliado para resolver problemas mais complexos.

Esse modelo também será disponibilizado para que pesquisadores de outras empresas testem o AOC e proponham novos problemas e formas de solucioná-los.

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No estudo, os especialistas da Microsoft usaram o gêmeo digital, por exemplo, para reconstruir exames de ressonância magnética com bom grau de precisão. Os resultados apontam que o dispositivo pode reduzir o tempo desses exames de 30 para 5 minutos.

“O gêmeo digital é onde podemos trabalhar em problemas maiores do que o próprio instrumento pode resolver agora”, ressaltou Michael Hansen, diretor sênior de processamento de sinais biomédicos da Microsoft Health Futures.

Testes do AOC

Os primeiros testes do AOC envolveram tarefas de aprendizado de máquina, como a classificação de imagens. O desempenho foi comparável ao de um computador digital.

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Na sequência, o gêmeo digital foi utilizado para reconstruir uma imagem de tomografia cerebral usando apenas 62,5% dos dados originais, ainda assim alcançando bons resultados com alta precisão.

Os pesquisadores também aplicaram o AOC em problemas financeiros para minimizar riscos em processos, obtendo uma taxa de sucesso superior à de computadores quânticos atuais.

“Nosso objetivo, nossa visão de longo prazo, é que isso seja uma parte significativa do futuro da computação, com a Microsoft e a indústria continuando essa transformação da sociedade baseada em computação de forma sustentável”, pontuou Hitesh Ballani, pesquisador da equipe Cloud Systems Futures da Microsoft.

Confira o estudo na íntegra na revista Nature.

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Fonte: Live Science; Microsoft