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Cientistas defendem que IA seja registrada como inventor em patente

Por| 02 de Agosto de 2019 às 16h55

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Cientistas defendem que IA seja registrada como inventor em patente
Cientistas defendem que IA seja registrada como inventor em patente

Dois professores da Universidade de Surrey (Inglaterra) iniciaram um processo que pode revolucionar o futuro da atribuição de patentes: a de que mecanismos de Inteligência Artificial possam ser reconhecidos como inventores de patentes.

Alguns acadêmicos da Universidade estão tentando registrar a IA Dabus como o inventor do design de um sistema de potes de comida interconectados de modo a facilitar o manuseio por robôs, além de uma luz de alerta que pisca em um ritmo que é impossível de ser ignorado por humanos. O problema é que todos os escritórios de patentes no mundo exigem que o inventor em uma determinada patente seja uma pessoa física humana - regra criada para evitar os problemas legais que surgiriam ao se reconhecer uma corporação ou empresa como a inventora de algo (empresas podem registrar patentes em seus nomes, mas o crédito de inventor é concedido sempre a algum de seus engenheiros).

Para os acadêmicos, essa regra está muito datada, e não leva em conta os avanços tecnológicos em IA dos últimos anos. Por isso, esses pesquisadores estão em contato com diversos escritórios de patentes no Reino Unido, na Europa e nos Estados Unidos na busca de algum que aceite em reconhecer a IA como o inventor na patente.

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Segundo Ryan Abbott, professor de Direito da Universidade de Surrey, os escritórios de patentes precisam atualizar o que deve ser considerado como um “ato de invenção”, pois cada vez mais projetos são criados diretamente por IAs no mundo todo (desde livros e roteiros até inovações da indústria) e, pelo método atual, no qual apenas um autor humano pode ser considerado como inventor, isso pode levar a um colapso do sistema de proteção à propriedade intelectual, pois qualquer criação desenvolvida por uma IA estaria desprotegida e poderia ser copiada por qualquer pessoa de maneira legal.

Uma solução proposta por Abbott é a de que os escritórios de patente reconheçam a IA como inventor de uma patente e coloquem o humano responsável pela criação da IA como o dono da patente, pois isso daria a proteção legal necessária para a ideia e permitiria que o desenvolvedor da IA vendesse essa patente para a empresa que irá fabricar o produto. Mesmo assim, ele afirma que esse é um problema que deveria ser discutido por deputados e senadores para que as leis de registros e patentes possam ser atualizadas de modo oficial e, por isso, ele não espera que esse problema seja resolvido antes de 2020.

Um porta-voz do Escritório de Patentes da Europa afirmou que o tema é bastante complexo, pois ainda que o departamento entenda que, por enquanto, as IAs são apenas ferramentas utilizadas por humanos e que, ainda que contribuam para a invenção de um produto, não são os responsáveis pela ideia dele, eles sabem que esse cenário pode mudar nas próximas décadas e que logo acontecerá de uma IA ser toda a força pensante por trás da criação de um produto e, por isso, estão abertos à possibilidade de discutir a questão e adequar as regras de proteção à propriedade intelectual de acordo com as necessidades de cada época.

Fonte: BBC