Chefão de IA da Meta diz que tecnologia é menos inteligente que um cachorro
Por Fabrício Calixto • Editado por Douglas Ciriaco |
Após dizer que é "absurdamente ridículo" temer os riscos oferecidos pela inteligência artificial, um dos "padrinhos da IA" e chefão do setor dedicado à tecnologia na Meta Yann LeCun voltou aos holofotes com novas declarações sobre o assunto. Durante participação na conferência Viva Tech, na úlltima quarta-feira (14), o cientista afirmou que os atuais sistemas de IA ainda não possuem um nível equiparado à capacidade humana e sequer são mais espertas que um cachorro.
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Ele ainda alegou que IAs generativas não são tão inteligentes por treinarem somente a parte de linguagens. “Esses sistemas ainda são muito limitados. Eles não têm nenhuma compreensão da realidade subjacente do mundo real porque são puramente treinados em texto, uma enorme quantidade de texto”, disse LeCun, que ainda acrescentou que grande parte do conhecimento humano não tem relação com o treinamento em linguagem das inteligências, e que isso as distancia de absorverem a "experiência humana".
Citando exemplos
Como de costume, o cientista da Meta fez paralelos para exemplificar seus raciocínios, desta vez dizendo que uma plataforma de IA até conta com capacidade para ser aprovada em um exame na ordem dos advogados dos Estados Unidos (ABA), mas ainda não consegue inserir louças em uma máquina de lavar — algo que "até mesmo uma criança de 10 anos seria capaz de aprender em 10 minutos".
Citando outro exemplos, LeCun disse que um bebê de cinco meses observaria um objeto flutuante e não pensaria muito a respeito dessa condição. Já uma criança de nove meses ficaria surpresa ao perceber que o item não deveria estar suspenso no ar. "Não temos ideia de como reproduzir essa capacidade com máquinas hoje. Até que possamos fazer isso, não teremos inteligência de nível humano, não teremos nível [de inteligência] de cão ou o de gato”, enfatizou.
Por fim, o cientista revelou que a Meta, além de estar usando idiomas para treinar sua IA, também faz a mesma ação com base em vídeos — possivelmente para que a tecnologia tenha mais noção da realidade.
Padrinho da IA
Fora dos escritórios da Meta, Yann LeCun também é considerado uma figura relevante quando o assunto é inteligência artifical. Ao lado Geoffrey Hinton e Yoshua Bengio, ele foi contemplado com o Turing Award, em 2018, graça a avanços significativos relacionados à tecnologia alcançado pelo grupo. A partir disso, o trio ficou conhecido mundialmente como os "Padrinhos da IA".
Inclusive, Hinton saiu do Google recentemente, afirmando que está preocupado com os rumos tomados no desenvolvimento da inteligência artificial. Ao contrário do otimismo de LeCun, Hinton tem uma visão bem mais pessimista sobre o assunto.