CEO do Instagram prevê novos criadores com a IA e admite o uso mal-intencionado
Por João Melo • Editado por Melissa Cruz Cossetti |
Adam Mosseri, CEO do Instagram, afirmou que as ferramentas de inteligência artificial (IA) devem oferecer recursos que incentivem o surgimento de novos criadores de conteúdo, embora admita que algumas pessoas mal-intencionadas possam usar a tecnologia para fins nefastos.
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As declarações de Mosseri foram feitas durante o Bloomberg Screentime, em uma conversa realizada na última quinta-feira (9).
Durante o painel, o CEO foi questionado sobre comentários recentes de MrBeast — considerado atualmente o maior youtuber do mundo — que alertou para os “tempos assustadores” em que a IA impactará a vida de milhões de criadores de conteúdo.
O executivo da rede social da Meta rebateu os comentários do youtuber e ressaltou que, tempos atrás, a internet já havia permitido que qualquer pessoa se tornasse um editor. Agora, segundo Mosseri, é a vez dos recursos de IA exercerem esse papel, principalmente por conta da redução de custos envolvidos na produção.
“E o que alguns desses modelos de IA generativa parecem fazer é reduzir o custo de produção de conteúdo a praticamente zero”, disse Mosseri.
Produção de conteúdos híbridos
O CEO do Instagram também destacou que já existe um grande volume de conteúdos “híbridos”, nos quais criadores incorporam recursos de IA em seus fluxos criativos e de produção para otimizar conteúdos originais.
Segundo Mosseri, a expectativa é que essas práticas, aliadas à produção de vídeos e imagens totalmente gerados por IA, tornem ainda mais difícil separar o que é produzido por inteligência artificial do que é, de fato, real.
Nesse sentido, o executivo admitiu que a Meta realizou "uma tarefa inútil" ao tentar rotular conteúdos de IA automaticamente, visto que conteúdos reais acabaram sendo classificados como gerados por IA.
Mas Adam Mosseri também ressaltou que não é responsabilidade exclusiva das plataformas digitais identificar conteúdos gerados por inteligência artificial. De acordo com ele, a sociedade como um todo deve acompanhar essas mudanças.
“Meus filhos são pequenos. Eles têm nove, sete e cinco anos. Preciso que eles entendam, à medida que crescem e são expostos à internet, que só porque estão assistindo a um vídeo de algo, não significa que aquilo realmente aconteceu”, disse o CEO.
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Fonte: TechCrunch