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Tinta mais branca do mundo é também a mais fria e ajuda a economizar energia

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 20 de Abril de 2021 às 17h50

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Purdue University
Purdue University

Depois do maeterial preto mais preto do mundo, chegou a vez dos cientistas inventarem a tinta branca mais branca já produzida. Ela é tão clara que consegue refletir 98,1% da luz solar e por isso foi batizada com um nome que parece ter saído de seriado japonês da década de 1960: Ultrabranca.

Em 2014, os cientistas da empresa britânica Surrey NanoSystems desenvolveram um material tão negro que absorve 0,035% da luz visual, chamado Vantablack. O revestimento é feito com nanotubos de carbono 10 mil vezes mais finos que um fio de cabelo, e a proximidade entre os nanotubos é tão pequena que as partículas de luz não conseguem passar por ele.

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Agora, os pesquisadores da Universidade Purdue, nos EUA, utilizaram o sulfato de bário (BaSO4) para criar um material totalmente branco. Por causa de suas propriedades químicas, o BaSO4 é praticamente impermeável às cores do espectro que enxergamos.

Como ela é feita?

A equipe analisou mais de 100 materiais reflexivos em 50 experimentos diferentes e o BaSO4 teve os melhores resultados em todas as simulações. O sulfato de bário também é usado, por exemplo, na fabricação de cosméticos e papel fotográfico.

"Observamos vários produtos comerciais, basicamente qualquer coisa branca. Descobrimos que, usando o sulfato de bário, você pode teoricamente tornar as coisas muito, muito reflexivas, o que significa que elas são muito, muito brancas", explica o professor Xiangyu Li.

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Para refletir uma grande amplitude de ondas diferentes, os pesquisadores usaram partículas de BaSO4 de vários tamanhos.

“Usamos uma concentração muito alta das partículas do composto, com tamanhos variados porque a luz do Sol tem cores distintas e comprimentos de onda diferentes", completa o professor Li.

50 tons de branco

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Além do título de material mais branco do mundo, a tinta de sulfato de bário tem aplicações ambientais bastante relevantes. As tintas brancas comercialmente disponíveis refletem entre 80% e 90% da luz solar, o que não é suficiente para resfriar um ambiente.

Nos testes feitos em laboratório, durante um dia com temperatura ambiente de seis graus Celsius, a superfície pintada com a tinta de BaSO4 estava com uma temperatura de menos três graus Celsius.

"Se você usasse essa tinta para cobrir uma área de telhado de cerca de 93 metros quadrados, estimamos que você poderia obter uma potência de resfriamento de 10 quilowatts. Isso é mais poderoso do que os condicionadores de ar centrais usados ​​pela maioria das casas”, disse o professor Xuilin Ruan.

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Quanto e quando

A base de formulação da tinta ultrabranca é parecida com o processo de fabricação das tintas comuns, feitas com outros elementos químicos. Como o sulfato de bário não é algo difícil de se produzir, os pesquisadores acreditam que ela deva ter um custo semelhante ao dos produtos disponíveis hoje no mercado.

“É preciso que haja interesse da indústria para produzir a tinta ultrabranca em larga escala comercial, com preços competitivos”, afirma o professor Ruan.

A utilização de uma tinta que consegue refletir a luz e, ao mesmo tempo, diminuir a temperatura ambiente poderia reduzir drasticamente a necessidade de instalação de condicionadores de ar, que além de consumir muita energia, usam hidrofluorcarbonetos que contribuem para o efeito estufa.

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Você pintaria sua casa com tinta ultrabranca para reduzir a conta de luz? Será que um dia veremos esse material aplicado em larga escala para que o controle de temperatura se torne mais econômico em escritórios e residências? Comente.

Fonte: Purdue University