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Técnica inovadora promete revolucionar as baterias de íons de lítio

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 17 de Novembro de 2021 às 18h50

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Reprodução/NIST
Reprodução/NIST

Pesquisadores do National Institute of Standards and Technology (NIST), nos EUA, estão desenvolvendo o que eles chamam “a nova geração de baterias de íons de lítio”. Essas células de energia possuem componentes de estado sólido não inflamáveis, são mais eleves, mantêm a carga por mais tempo e não correm o risco de explodir.

Uma das desvantagens das baterias de estado sólido está nas interações eletroquímicas que ocorrem dentro da célula, limitando o fluxo da corrente elétrica em seu interior. Para contornar esse problema, os cientistas conseguiram identificar o local exato onde acontece a maior parte dessa impedância.

“Ao descobrir essa região, nossa equipe sugeriu um redesenho simples que poderia limitar drasticamente o acúmulo de impedância, permitindo que as baterias cumprissem seu papel crucial como a fonte de energia da próxima geração”, explica o engenheiro químico Jamie Weaver, coautor do estudo.

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Impedância

Uma bateria de íons de lítio de estado sólido possui dois terminais em forma de folha — o ânodo (negativo) e o cátodo (positivo) — separados por um meio condutor de íons chamado eletrólito. Durante os ciclos de carga e descarga, os íons de lítio fluem do ânodo para o cátodo, gerando a energia elétrica que alimenta os dispositivos eletrônicos.

Durante esse processo, a impedância surge na interface entre qualquer um dos eletrodos e o eletrólito, dificultando a passagem de energia devido ao acúmulo de dendritos — estruturas parecidas com agulhas que conseguem perfurar a membrana que separa o ânodo do cátodo, provocando danos irreversíveis.

“Para determinar o local exato onde e impedância acontece, observamos a distribuição dos íons de lítio e a diferença de voltagem em cada uma das interfaces, usando dois métodos complementares para estudar essa ocorrência em nanoescala nas baterias de íons de lítio de estado sólido”, acrescenta Weaver.

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Análise profunda

Utilizando a técnica de microscopia de força de sonda Kelvin (KPFM), os cientistas analisaram as diferentes camadas de uma bateria aberta para criar imagens da distribuição de voltagem em cada superfície. A sonda revelou que a maior queda de voltagem ocorre na interface eletrólito/ânodo, indicando uma região de alta impedância.

Um segundo método foi usado para identificar o perfil de profundidade dos nêutrons e os locais de maior concentração de lítio. Essas medições revelaram que o local principal onde os íons de lítio se acumularam — diminuindo o fluxo da corrente elétrica — também estava no limite entre o eletrólito e o ânodo.

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“Ao analisar nossas descobertas, concluímos que a impedância pode ser reduzida se camadas de outro material forem adicionadas entre o ânodo e o eletrólito, evitando a interação entre eles. Quando um eletrólito e o ânodo estão em contato direto, eles formam uma fina camada de material que impede o transporte dos íons. Agora que entendemos esse funcionamento, podemos projetar baterias com alta condutividade de íons e elétrons”, encerra Weaver.

Fonte: NIST