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Simulações baseadas em IA podem ajudar a evitar desastres em pontes e viadutos

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Freepik/Domínio Público
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Cientistas do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) usaram inteligência artificial, modelos numéricos e modelagem da informação da construção (BIM) para diagnosticar danos estruturais em pontes e viadutos precocemente, ajudando a prevenir ao invés de apenas remediar acidentes.

Nos últimos anos, diversas pontes colapsaram em estados como Amazonas, Pará e Tocantins, causando mortes e isolamento de populações, por exemplo. Segundo a norma brasileira ABNT NBR 6118, a vida útil projetada de uma ponte é de 50 anos, com várias delas próximas ou ultrapassando esse limite. Com o projeto atual, cria-se uma nova maneira de fazer inspeções e diagnosticar danos estruturais, planejando manutenções com maior precisão e garantindo a segurança das estruturas. 

A IA na inspeção de pontes e viadutos

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O ponto chave da pesquisa, segundo os pesquisadores, é não depender apenas das inspeções visuais. Ela envolve testes de vibração em campo e simulações para prever o comportamento da ponte danificada. Inicialmente, são coletados dados como frequências naturais e formas de vibração da estrutura, usados, então, para construir um modelo numérico. Com isso, é possível simular seu comportamento real no computador.

O modelo computacional é usado na simulação de diversos cenários de dano, gerando uma base de dados que é usada no treinamento de redes neurais artificiais. Segundo os resultados, as redes conseguem identificar a localização e a severidade dos danos nas pontes com mais de 90% de precisão. Também são usados dados do projeto original, inspeções e intervenções anteriores e diagnósticos automatizados.

Com isso, podem ser planejadas manutenções para prevenir acidentes como os da última década, ao invés de apenas reagir. O método foi testado no Viaduto Rio Claro, na rodovia SP-340, indicando a integridade da estrutura com base em dados coletados entre 2014 e 2024. Os resultados conferem com a situação atual do viaduto, comprovando sua eficácia.

Segundo os cientistas, ainda falta formar e capacitar profissionais para operar sistemas de monitoramento como esse, mas o avanço é importante para a área e deve ser visto como um investimento estratégico e não um luxo tecnológico — prevenir acidentes, a longo prazo, não só garante a segurança das populações, mas também economiza em eventuais reconstruções e reparos emergenciais.

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Fonte: The Conversation