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Nova bateria "congela" energia para ser usada meses depois

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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Reprodução/PNNL
Reprodução/PNNL

Pesquisadores do Pacific Northwest National Laboratory (PNNL), nos EUA, desenvolveram um novo tipo de bateria que bloqueia a energia por meses sem perder a capacidade de armazenamento. Essa célula energética “congela” sua eletricidade para uso posterior, podendo ser utilizada em períodos sazonais.

Como esse dispositivo seria possível, por exemplo, economizar energia durante as estações mais produtivas do ano, como na primavera, e gastá-la no inverno, quando a matéria-prima é mais escassa. Isso tornaria fontes intermitentes e renováveis de energia, como a luz solar e o vento, muito mais eficientes.

“Tecnologias de armazenamento de energia de longa duração são importantes para aumentar a resiliência da rede ao incorporar uma grande quantidade de energia renovável. Esta pesquisa marca um passo importante em direção a uma solução de armazenamento de bateria sazonal que supera as limitações de autodescarga das tecnologias atuais”, explica o engenheiro Imre Gyu, coautor do estudo.

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Congelamento e descongelamento

A nova bateria é carregada durante um processo de aquecimento a 180 °C, permitindo que os íons fluam através do eletrólito líquido para criar energia química. Ao ser resfriado à temperatura ambiente, o eletrólito se torna sólido e os íons que transportam energia ficam quase parados. Quando a energia é necessária, a bateria é reaquecida e a eletricidade volta a fluir.

O fenômeno de congelamento e descongelamento só é possível nesse sistema de armazenamento porque o eletrólito da bateria é feito à base de sal fundido — um parente molecular do sal de cozinha comum. Esse material se torna líquido em temperaturas mais elevadas, e sólido em temperatura ambiente.

“Uma taxa de descarga rápida — como acontece em laptops e carros elétricos — prejudicaria uma bateria de rede projetada para armazenar energia por meses. Em nosso sistema, isso não acontece. O conceito de congelamento e descongelamento conseguiu reter 92% da eletricidade ao longo de 12 semanas”, acrescenta o pesquisador Minyuan Li, autor principal do estudo.

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Os pesquisadores construíram as novas baterias com materiais abundantes e comuns na natureza. O ânodo e o cátodo são feitos de placas sólidas de alumínio e níquel, imersos em uma solução de eletrólitos de sal fundido. A equipe também adicionou enxofre — outro elemento de baixo custo — para aumentar a capacidade de armazenamento.

Outra vantagem dessa bateria é a composição do separador colocado entre o ânodo e o cátodo. Em vez de usar um elemento cerâmico — que pode quebrar durante os ciclos de congelamento e descongelamento — eles utilizaram fibra de vidro comum. Essa simples mudança reduz os custos de produção e torna as baterias muito mais resistentes.

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Para se ter uma ideia, essa energia pode ser armazenada a um custo de US$ 23 (~R$ 110) por quilowatt-hora. A ideia dos cientistas é substituir o níquel pelo ferro, o que pode reduzir os valores de produção para algo em torno de US$ 6 (~ R$ 30) por quilowatt-hora, cerca de 15 vezes menos do que é gasto com os materiais usados na fabricação de células de íons de lítio, por exemplo.

“As baterias projetadas para armazenamento sazonal provavelmente carregariam e descarregariam apenas uma ou duas vezes por ano. Ao contrário das células usadas para alimentar carros elétricos e outros dispositivos de consumo, elas não precisam durar centenas ou milhares de ciclos”, encerra Minyuan Li.

Fonte: Pacific Northwest National Laboratory