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No futuro, sapatos inteligentes podem substituir as bengalas para pessoas cegas

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 07 de Maio de 2021 às 14h30

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Reprodução/TU Graz
Reprodução/TU Graz

Um calçado para mostrar o caminho: essa é a ideia dos pesquisadores da empresa Tec-Innovation em parceria com a Universidade de Graz, na Áustria. Eles criaram um sapato inteligente que consegue detectar obstáculos e avisar o usuário que é preciso parar ou mudar a rota.

O InnoMake pode ser usado para ajudar na mobilidade e no deslocamento de pessoas cegas ou com baixa visão, tornando o trajeto por onde passam mais seguro. “Sensores ultrassônicos na ponta do sapato detectam obstáculos a até quatro metros de distância. O usuário é então avisado por vibração e sinais acústicos”, explica um dos responsáveis pelo projeto, Markus Raffer.

O sapato inteligente é capaz de identificar não só o obstáculo, mas também a natureza do que está na frente do usuário. “Não só o aviso de que estou diante de um obstáculo é relevante, mas também a informação sobre o tipo de obstáculo que estou enfrentando. Porque faz uma grande diferença se é uma parede, um carro ou uma escada”, diz Raffer.

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Tecnologia na ponta dos pés

Um algoritmo de aprendizado profundo, modelado em redes neurais, consegue detectar e interpretar o conteúdo da imagem. Câmeras instaladas na ponta dos sapatos captam as cenas da perspectiva dos pés para determinar se a área está livre e segura para caminhar.

Os algoritmos treinados com a aprendizagem de máquina são operados por um sistema móvel especialmente projetado para essa função. “Graças aos mais recentes processadores disponibilizados no mercado, o uso móvel de algoritmos complexos de Inteligência Artificial se tornou possível e relativamente mais barato”, diz o professor David Schinagl, outro pesquisador envolvido no projeto.

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Um passo à frente

Além de tecnicamente eficientes, câmeras e processadores também precisam ser resistentes e confortáveis quando integrados aos calçados. Outro desafio é combinar as informações coletadas e disponibilizá-las em uma espécie de mapa de navegação para pessoas com deficiência visual.

“Do jeito que está atualmente, apenas o usuário se beneficia, em cada caso, dos dados que o calçado coleta enquanto caminha. Seria muito mais sustentável se esses dados também pudessem ser disponibilizados para outras pessoas como um auxílio à navegação mais eficiente”, afirma o professor Friedrich Fraundorfer, que também colabora com o desenvolvimento dos sapatos inteligentes.

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Os pesquisadores também entraram com um pedido de financiamento na Agência Austríaca de Promoção de Pesquisa para desenvolver um sistema de manutenção constante dos dados coletados pelos calçados inteligentes. "As maiores dificuldades são a atualização e a ampliação dos mapas, que não podem ficar obsoletos com o passar do tempo”, completa o professor Fraundorfer.

A ideia é que os calçados inteligentes se tornem acessíveis e possam ser uma alternativa viável às bengalas no futuro, ajudando na locomoção autônoma e segura de pessoas completamente cegas ou com deficiências visuais menos severas.

Fonte: Graz University of Technology