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Megacidade projetada por príncipe saudita começa a sair do papel

Por| 31 de Julho de 2019 às 09h19

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Megacidade projetada por príncipe saudita começa a sair do papel
Megacidade projetada por príncipe saudita começa a sair do papel

É no noroeste da Arábia Saudita que o príncipe herdeiro saudita Mohammad bin Salman quer que os investidores coloquem seu dinheiro para realizar seu ato visionário: uma cidade ultramoderna, construída do nada, com aporte inicial de US$ 500 bilhões (R$ 1,8 trilhão) para a região. Chamada de NEOM ("neo", que significa novo, e "m", a primeira letra do mustaqbal, árabe para "futuro"), ela promete ser a parte mais livre do reino saudita, com resorts luxuosos e tecnologias inteligentes executadas por robôs.

No entanto, também é lá que o príncipe de 33 anos concentrará grandes riscos. A NEOM é o pilar mais ousado de uma transformação social e econômica que até agora tem visto mais atrasos do que sucessos. Na verdade, a questão desde que o herdeiro do trono saudita anunciou esse grande projeto, em 2017, foi se ele poderia se tornar uma realidade. Além, é claro, dos problemas políticos criados pelo controverso líder árabe. O príncipe Mohammad expurgou parentes, prendeu dissidentes, aumentou seu poder sobre os militares e travou uma guerra no Iêmen que criou a pior crise humanitária do mundo.

Como estão os trabalhos?

Uma viagem de três dias à região, que é aproximadamente do tamanho de Massachusetts, mostrou a escala da tarefa, bem como o potencial. Muitos dos moradores locais que vivem lá há anos estão ansiosos por algum progresso, enquanto outros estão preocupados com eventuais remoções e casas destruídas.

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A área tem costas deslumbrantes e intocadas, com ondas na água azul-turquesa. As montanhas vulcânicas roxas aparecem sobre o Mar Vermelho. Os locais históricos incluem um sítio onde os moradores acreditam que Moisés desembarcou quando atravessou o Egito, em um vale ao longo da água.

Os trabalhadores da construção civil já desceram nas pequenas cidades e alguns edifícios começaram a ser erguidos. O pequeno aeroporto de Neom Bay, com seu interior branco reluzente, abriu para voos comerciais no mês passado. Os trabalhadores também foram vistos dirigindo equipamentos de construção ao longo das estradas.

Em entrevista à Bloomberg, em outubro de 2017, o príncipe Mohammad disse que até 2030 (data prevista para concluir sua transição para a Arábia Saudita 2.0) a NEOM contribuiria com US$ 100 bilhões (R$ 378 bilhões) para a produção econômica local.

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No momento, há interesse de empresas estrangeiras e mais conversas são esperadas em um futuro próximo. A NEOM planeja iniciar um fundo para investir em negócios que seriam baseados ali ou venderiam bens e serviços.

Até agora, mais de 400 empresas estão “interessadas em discutir oportunidades” com o fundo. Outras sete companhias competem para liderar o desenvolvimento da NEOM Industrial City, a segunda fase do projeto. Planos para construir uma ponte ligando a Arábia Saudita ao Egito também estão caminhando em paralelo.

No entanto, não é apenas o custo ou o desafio de atrair investidores estrangeiros para o que alguns veem como um projeto de vaidade, é também a política.

Fonte: Bloomberg