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Mapa digital promete facilitar a vida de moradores da favela da Rocinha

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 28 de Abril de 2021 às 16h40

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Chensiyuan/Wikipedia
Chensiyuan/Wikipedia

Mapear os becos tortuosos e espremidos de uma favela não é tarefa das mais fáceis, e se essa comunidade for a Rocinha, no Rio de Janeiro, o trabalho é bem mais complicado. São mais de 100 mil pessoas vivendo em moradias não planejadas, sem numeração, com ruas duplicadas e endereços que só são conhecidos por quem mora por ali.

Para tentar amenizar esse problema, pesquisadores do Senseable City Lab, do MIT, dos EUA, vão usar um sistema de mapeamento digital para organizar toda a estrutura urbana de uma das maiores favelas do mundo, com quase 26 mil moradias.

Pente fino

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A equipe do MIT leva scanners 3D até os becos mais estreitos da comunidade, que tem pouco mais de 1,5 quilômetro quadrado. Não parece muito, mas a densidade demográfica é que complica o trabalho: são mais de 48 mil moradores por quilômetro quadrado — de longe, a maior aglomeração de pessoas vivendo em um bairro no país.

Os equipamentos de última geração conseguem gerar 300 mil pontos de dados a cada segundo, construindo uma rede digital com informações precisas. É a primeira vez que um censo de proporções tão grandes é realizado na favela que existe entre os bairros da Gávea, São Conrado e Vidigal desde 1930.

Mapa digital

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O custo para scannear e mapear toda a comunidade será de aproximadamente US$ 60 mil (cerca de R$ 325 mil). Além de conhecer mais a fundo a “alma” da Rocinha, o valor gasto permitirá a criação de aplicativos de utilidade pública.

Com mapas digitais constantemente atualizados, será possível facilitar o acesso a serviços públicos como água, coleta de lixo e iluminação. As varreduras eletrônicas também podem ser usadas para criar registros de propriedade, diminuindo a burocracia na hora de comprar ou vender um imóvel, por exemplo.

Engenheiros urbanos podem utilizar os mapas para construir espaços mais otimizados, de acordo com a necessidade de toda a comunidade. Serviços de correio e de entrega de mercadorias poderiam consultar as rotas digitais para aprimorar suas atividades de forma mais inteligente e segura.

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Desafios

O uso da tecnologia ainda é novidade para a maioria dos moradores da Rocinha. Muitos deles estão acostumados a caminhar pelas ruas do bairro seguindo um esquema de mapeamento feito com papel e caneta.

Quem nasceu na comunidade já se acostumou com os labirintos e o com o vai e vem de pessoas que nem precisam mais de um pedaço de papel para encontrar um endereço em questão de minutos.

A ideia dos pesquisadores é integrar os dois mundos e trabalhar ao lado da comunidade para encontrar o equilíbrio entre a tecnologia e o que já vem dando certo desde que a fazenda foi loteada e se transformou na maior e mais famosa favela do Brasil.

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Fonte: MIT Technology Review