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Cientistas ficam mais perto da internet quântica "teletransportando" dados

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 30 de Maio de 2022 às 15h28

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Reprodução/QuTech
Reprodução/QuTech

Pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Delft, em parceria com a Organização Holandesa de Pesquisa Científica Aplicada, desenvolveram o que eles dizem ser a “primeira e única internet quântica do mundo”, usada para transmitir dados entre três locais físicos distintos.

Segundo os cientistas, eles fizeram algo como um sistema de “teletransporte” dos filmes de ficção científica, construindo uma cadeia para o tráfego de informações que pode ser considerada um embrião para o desenvolvimento de uma rede ultrarrápida de comunicação.

“O teletransporte é como o que você conhece em Star Trek. A informação desaparece do meu lado e aparece do seu lado, mas não percorre um espaço físico entre nós. Esse é um método extremamente poderoso para enviar informações”, explica o físico experimental Ronald Hanson, coautor do estudo.

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Rede quântica

Usando essa técnica de “teletransporte quântico”, os pesquisadores conseguiram enviar uma grande quantidade de dados através de três pontos físicos diferentes. Até agora, isso só era possível com apenas dois locais distintos, o que prova que o novo experimento permite “esticar” uma rede quântica através de um número ilimitado de sites.

Atualmente, a internet usa os bits — uma combinação de 0s e 1s — para formar o ambiente on-line. Já os qubits são 0s e 1s que existem ao mesmo tempo em um estado chamado “superposição”, permitindo que computadores quânticos possam resolver problemas matemáticos complexos em minutos, enquanto um supercomputador levaria 10 mil anos para realizar a mesma tarefa.

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“Essa tecnologia pode mudar profundamente a forma como os dados viajam de um lugar para outro. O teletransporte quântico não só move dados entre computadores quânticos, mas também o faz de tal forma que ninguém pode interceptá-los”, acrescenta Hanson.

Mais segurança

A internet quântica também é muito mais segura, já que os qubits dependem das propriedades físicas dos fótons em vez de um código vulnerável que pode ser facilmente decifrado com uma ferramenta apropriada. Em outras palavras, seria praticamente impossível interceptar e hackear mensagens quânticas.

Além disso, como os qubits não podem ser amplificados ou copiados, o sinal também não pode ser aumentado. Para contornar esse problema, os cientistas usaram esse sistema de teletransporte conhecido como emaranhamento quântico — quando duas partículas estão intrinsecamente ligadas e, quando você lê uma, sabe imediatamente o estado da outra.

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No estudo, os cientistas teletransportaram informações entre três nós. Os dados foram enviados do nó C, ou Charlie, para outro ponto chamado nó A, ou Alice, sempre utilizando um nó intermediário, apelidado de nó B, ou Bob. Durante os testes, quando uma informação desparece do nó C, ela imediatamente surge no nó A, tornando os dados prontamente disponíveis.

“A maioria das pessoas acha que a internet quântica substituirá a internet clássica. Em vez disso, elas funcionarão em conjunto, com teletransportadores quânticos em modo espera para quando for necessário enviar dados altamente confidenciais. Esse é apenas o começo do processo de ampliação de uma tecnologia que impulsionará a era da comunicação quântica”, prevê o professor Ronald Hanson.

Fonte: Inverse