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Biopainel solar com algas gera energia elétrica enquanto despolui o ar

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 29 de Julho de 2022 às 16h32

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Divulgação/Greenfluidics
Divulgação/Greenfluidics

Uma empresa mexicana chamada Greenfluidics apresentou uma ideia de biopainéis solares ecológicos que usam algas para capturar gás carbônico do ar e produzir biomassa que pode ser usada como combustível ou fertilizante. O equipamento poderia ser usado no exterior de casas e edifícios também para capturar calor e deixar os ambientes internos mais frescos.

O sistema funciona de uma maneira razoavelmente simples. Os painéis coletam o gás carbônico do ar e o borbulham em água com algas selecionadas para a realização da fotossíntese, que retém o carbono e libera novamente o oxigênio para o ar.

A ideia não é totalmente nova, no entanto. Ela já foi aplicada de maneira similar em um prédio conceitual em Hamburgo, na Alemanha, em um edifício chamado BIQ.

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No caso alemão, quanto mais sol o painel recebe, mais eficiente será o processo de fotossíntese, e mais rápido crescerão as algas. Elas podem ter seu excesso removido do sistema para utilização como biocombustível, que pode devolver ao prédio uma parte da energia necessária para o sistema de aquecimento de água do edifício. O calor absorvido pela exposição à luz solar também é utilizado para essa finalidade.

A Greenfluidics se propõe a um formato um pouco diferente de biopainel, principalmente na forma como o calor do sol é aproveitado. Segundo Miguel Mayorga, CEO da startup mexicana, eles utilizam nanofluidos, compostos de partículas recicláveis de carbono, que são adicionados à água.

A mistura aumenta a condutividade térmica do líquido, o que viabiliza a transformação do calor em corrente, que pode ser direcionada para o edifício em forma de eletricidade, e não apenas como um sistema de aquecimento. Na prática, o sistema funciona quase como um painel solar convencional, mas com as outras vantagens ambientais de captura de carbono e liberação de oxigênio.

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Funciona bem mesmo?

Essa questão ainda é nebulosa, no entanto. A promessa da Greenfluidics é animadora. Segundo o site oficial, cada biopainel pode gerar até 328 kWh por metro quadrado anualmente, o que seria um bom resultado. Além disso, a companhia aponta que o conforto térmico gerado pelo equipamento pode produzir a economia de 90 kWh por metro quadrado, que seriam usados em sistemas de ar-condicionado.

A questão é que esse desempenho superaria os resultados de painéis fotovoltaicos convencionais comercialmente disponíveis, o que pode indicar que a startup foi otimista demais em sua promessa.

Além disso, ainda existem questões de viabilidade. A empresa ainda não dá estimativa de preço, mas isso é um ponto que não pode ser ignorado, já que valores muito acima de um painel solar convencional vão desencorajar potenciais interessados. Vale notar que, no exemplo do BIQ, a utilização do painel com algas aumentou o custo da obra por volta de 10 vezes. Também não há informações sobre durabilidade, que é outro ponto que não deve ser subestimado quando se fala em componentes orgânicos.

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Fonte: NewAtlas