Arma de micro-ondas criada nos EUA é capaz de derrubar drones em pleno voo
Por Gustavo Minari | Editado por Douglas Ciriaco | 15 de Abril de 2021 às 16h24
Os engenheiros da startup americana Epirus criaram um equipamento que seria o sonho de consumo de muito jogador de Call of Duty e Counter-Strike. Chamado de Leonidas, o dispositivo é capaz de derrubar vários drones ao mesmo tempo usando um feixe de micro-ondas.
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A arma futurista que é pequena e cabe na carroceria de uma caminhonete tem um poder de fogo impressionante. Ela emite feixes de micro-ondas de alta potência tão fortes que podem varrer um enxame de drones do céu em apenas alguns segundos.
“Nosso sistema nos permite alargar ou estreitar o feixe em qualquer direção para desativar os alvos inimigos em um piscar de olhos”, disse o CEO da Epirus, Leigh Madden.
Em uma demonstração para um cliente do governo dos EUA, que ocorreu no começo deste ano, o sistema conseguiu eliminar 66 alvos, muitos deles com uma única rajada de micro-ondas.
Tecnologia invisível
O Leonidas utiliza emissores de nitreto de gálio de estado sólido em uma abordagem muito parecida com a que encontramos em equipamentos de comunicação 5G. As ondas invisíveis geram um campo energético extremamente forte quando canalizadas em determinada direção.
Para direcionar esse “canhão” de micro-ondas são necessários dispositivos especiais que garantem a precisão dos feixes. “Se a arma se desviar do alvo, ela pode acabar danificando a infraestrutura de energia elétrica ou fritando os dispositivos eletrônicos das pessoas", explica o pesquisador Justin Bronk.
Versão mini
A Epirus também trabalha em uma versão menor chamada de Leonidas POD, mais versátil e parecida com um drone comum. O emissor de micro-ondas fica na parte inferior e pode ser controlado por radiofrequência a quilômetros de distância.
Mas não se engane com o tamanho e com a aparência de "brinquedo", porque o mini Leônidas é tão eficaz quanto seu irmão maior. Entre as várias qualidades destacadas no site da empresa está a alta capacidade em gerar níveis de calor intensos, capazes de desativar qualquer ameaça eletrônica.
Mercado restrito
O sistema Leonidas foi desenvolvido para uso militar no patrulhamento ostensivo de regiões sob ameaça real de invasão aérea. A capacidade de abater vários “inimigos” ao mesmo tempo usando armas não-letais facilitaria sua utilização em regiões habitadas.
Mas a Epirus afirma que os dispositivos também podem ser usados por civis. “A tecnologia promete proteger a infraestrutura militar e civil, por exemplo, defendendo aeroportos e estádios esportivos, além de conter ataques em massa de drones como o que desativou a instalação de processamento de petróleo Abqaiq, da Arábia Saudita, em 2019”, explica Leigh Madden.
Se considerar que os drones estão se multiplicando pelos céus de todo o planeta, talvez fosse interessante existir uma “patrulha antidrone” pronta para agir quando um deles quisesse voar por locais onde não deveria. O que você acha? Comente.
Fonte: New Scientist